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15 de Outubro: um só planeta, uma só voz!

Texto publicado no Diário Liberdade

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O capitalismo vive sua maior crise e o povo explorado, pressionado pelo desemprego e falta de perspectiva, está nas ruas. As chamadas primaveras no mundo árabe (que somam alguns outros elementos além dos econômicos), nos países da Europa e agora também nos Estados Unidos funcionam que como estimulante para que cada vez mais pessoas saiam às ruas parecem não empolgar os brasileiros.

A grande imprensa que até ontem convocava as marchas contra a corrupção, e que tiveram sua segunda edição nesse feriado de 12 de outubro, hoje já decreta seu fracasso e tenta analisar porque elas não deram certo e chamam especialistas que tentam dar a explicação mais convicente que seja ao mesmo tempo não comprometedora. Mas o que motiva a grande imprensa e essa coordenação-não-coordenação “apartidária” e “apolítica” nesses movimentos anti-corrupção? O escritor Alex Castro já os tinha analisado brilhantemente e concluído assim:

“Se você é contra a corrupção, parabéns. Todo mundo é. Pare de chover no molhado e vá se engajar nos grandes debates do nosso tempo. Cotas raciais, código florestal, política externa, Belo Monte, tudo isso é mais importante do que faniquitos anti-corrupção que não levam (e nem poderiam levar) a nada.”

Diferente do que ocorre no mundo todo, quando a maioria oprimida está nas ruas dizendo que não vai pagar a conta da crise provocada pela minoria que sempre os explorou e lucrou as custas do seu trabalho, nestes movimentos anti-corrupção qual é o alvo? A corrupção? De quem? Não existe uma cara, um foco para esse movimento e por isso elas não mobilizam. Como bem disse o Alex, “ideologia é como espinafre no dente: a gente só vê o dos outros” e não há como mobilizar as pessoas a irem às ruas em movimentos que se dizem apartidários e apolíticos. Porque para levar as pessoas às ruas é preciso conscientizá-las politicamente e isso envolve ideologia. Mas qual? E quando começa-se o processo de conscientização como que faz para parar? Como se estabelecem barreiras de até onde se pode saber, se informar, questionar? As pessoas não são tão manipuláveis assim e não interessa a essas coordenações-não-coordenações e nem a grande imprensa conscientizar ninguém.

Para colaborar com esse processo há o desinteresse imediato (o próprio bolso) para tirar essas pessoas de casa ou desviá-las de atividades de lazer — porque, sim, boa parte da chamada classe média em ascensão no país agora tem direito à lazer, mesmo que a ampla maioria ainda não tenha — para marchas e discussões mais aprofundadas. A questão é: Até quando o Brasil resistirá ao terremoto que sacode o mundo? Até quando assistiremos passivos os trabalhadores do resto do mundo perdendo seus empregos e indo às ruas protestar sem precisar fazer o mesmo? E por fim as perguntas que mais me perturbam nessa história toda: É cada um por si mesmo, cada povo no seu país protestando contra a sua elite exploradora e seus governos à serviço do capital? Não há solidariedade? Sério que estamos nos achando inatingíveis pela crise que não precisaremos sair as ruas, nem mesmo em apoio aos trabalhadores do resto do mundo? Sério que achamos que respostas isoladas darão conta de um problema mundial?

O capitalismo é global e essa onda globalizante foi criada pelos próprios manipuladores do sistema para explorar mais e melhor. Fato é que a crise também é global e, felizmente, a reação dos trabalhadores também está sendo global e as ocupações das ruas e praças estão se espalhando pelo mundo todo, e depois que chegou aos Estados Unidos — de onde ninguém esperava ver brotar a indignação — se tornou viral. Os protestos anticapitalistas organizados nas redes sociais são a bola da vez. Como um vírus criado para sabotar o sistema operacional, os indignados estão usando as ferramentas que encurtam distâncias antes totalmente elitizadas para organizar suas insurreições e sabotar o sistema que os explora e que não lhes serve mais.

A próxima insurreição já está marcada e as convocações seguem via redes sociais (facebook e twitter principalmente). O 15.O pretende ocupar as praças do mundo todo e já está confirmado em 40% dos países do planeta e em 17 estados brasileiros (63%). As acampadas começarão às 16h de sábado 15 de outubro e se estenderão até às 23h do domingo, 16 de outubro. Temos um alvo concreto, definido, e motivos reais para ocuparmos o planeta no próximo sábado.

E antes de pensar que a crise não lhe atinge neste momento e que seu emprego e futuro estão garantidos, olhe bem em volta e pense melhor. Afora a crise que pode nos atingir muito em breve, temos muito contra o que protestar como a construção devastadora da usina de Belo Monte e o desmatamento desenfreado da Amazônia, provocada pela ganância e sede de lucro que não pensa no futuro do planeta e nem nos povos que dependem da floresta para viver; os índices altíssimos de violência contra a mulher, provocada pela desigualdade de gênero que é um dos pilares de sustentação do capitalismo e a ainda desigualdade de salários entre homens e mulheres; os crimes da ditadura que permanecem impunes e perpetuam a tortura como modus operandi do Estado brasileiro e que atinge os mais pobres e negros, que reforçam a impunidade (que só faz fortalecerem a corrupção); as desocupações higienistas para a Copa do Mundo que prejudicam os mais pobres; a intolerância e o preconceito que criminaliza pobres e negros; a criminalização dos movimentos sociais que tem provocado repressão violenta aos movimentos grevistas de professores, técnicos, bancários (e outras categorias) país afora; o monopólio das comunicações que manipula e permite que apenas cinco famílias determinem o que a grande maioria da população receberá de informação e a impede de se manifestar; o elitizado acesso à internet que impede o acesso da maioria da população à informação e conhecimento e inclusive impede de saberem de insurreições como essa; a luta pela reforma agrária, que além de diminuir os crimes e a fome no campo garantirá o abastecimento a todos e ajudará a conter o desmatamento ilegal…

Enfim, escolha a sua bandeira e acampe na praça da sua cidade no dia 15, discuta os problemas da cidade, do país e do mundo, exerça a democracia real. Os tentáculos do capitalismo estão por toda parte e de alguma maneira te atingem e prejudicam. E se ainda faltar empolgação e motivos para ocupar as praças do Brasil no 15.O, leia o discurso da ativista Naomi Klein na ocupação de Wall Street em Nova Iorque. Veja um trecho:

‎”Dez anos depois, parece que já não há países ricos. Só há um bando de gente rica. Gente que ficou rica saqueando a riqueza pública e esgotando os recursos naturais ao redor do mundo. (…) Estamos encarando uma luta contra as forças econômicas e políticas mais poderosas do planeta. Isso é assustador. E na medida em que este movimento crescer, de força em força, ficará mais assustador. (…) Tratemos este momento lindo como a coisa mais importante do mundo. Porque ele é. De verdade, ele é. Mesmo.”

É necessária uma revolução ética, uma mudança de rumo. O capitalismo trata pessoas como números, coisas. Juntos podemos mudá-lo!

15 de outubro: um só planeta, uma só voz!

peixinhos, organizados, podem vencer o tubarão

Confira o manifesto de convocação do 15.O no Brasil e as cidades (e locais) organizadas para as acampadas, no Brasil e no mundo.

Confira aqui o mapa mundial do 15.O atualizado.

Assista a convocação de Eduardo Galeano para o 15.O:

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Aniversariante do dia

Meu querido amigo mestre jornalista Deogar Soares faz hoje, 1º de janeiro, 75 anos. Ele está e estará sempre presente na minha lembrança.

Sempre que vou escrever e não estou muito inspirada ou com preguiça, penso que ele poderia ler o meu texto. Aí, sou obrigada a caprichar. Deogar era um crítico mordaz, ácido e ferino. Mas doce no trato com as pessoas. Um homem de princípios, caráter firme e regador de utopias. Sonhava em montar um jornal de esquerda, para desafiar os poderosos e esfregar o preconceito da sociedade em sua cara.

Sua revolta e indignação nunca envelheceram. Ele preservou aquele sentimento típico da juventude de querer mudar o mundo e sonhava com dias melhores. Mais do que isso, contribuía com suas crônicas diariamente no rádio, desconsertando e desacomodando quem o ouvia. Tinha uma voz padrão de rádio, grave, inconfundível.

Deogar lutou contra a ditadura no ar, trabalhando. Ele criou (acho que inspirado em José Saramago) um método para não ser apanhado pela censura. Durante a repressão, as rádios não podiam improvisar e tudo o que fosse ao ar precisava ser redigido antes e aprovado pelo diretor da rádio, no caso a Rádio Universidade Católica de Pelotas (RU), além da gravação  dos programas naqueles rolos de fitas antigos.

Deogar, que tinha o aval do diretor da RU (mesmo que alguns duvidem), passou a escrever suas crônicas sem pontuação nenhuma e sem parágrafos. Pontuava mentalmente, quando escrevia e depois quando lia dando a entonação que desejasse. Tomou muitos ‘chás de banco’ no 9º Batalhão do Exército ali na Av. Duque de Caxias. Mas era impossível provar o que ele havia dito na rádio horas antes. Os arremedos de censores locais perdiam horas tentando ler seus textos ‘despontuados’ e não tinham aparelhagem para ouvir aquelas fitas em rolo. Deogar se divertia, apesar do perigo e contava essas histórias sempre com aquela risada pausada, que era sua marca.

Já escrevi sobre ele algumas vezes (Sobre ser jornalista…Das minhas utopias), e continuarei escrevendo.

Deogar ao centro no microfone, sentado, num programa de rádio com músicos locais

Deogar com a filha Letícia

Fotógrafo dos bons e das antigas, apaixonado por PB, numa brincadeira com ele mesmo

O “velho” Deogar, já como o conheci… observando, pensativo (foto: Nauro Jr)

Eu o convidei para me entregar o “canudo” na minha colação de grau como jornalista em janeiro de 1998. Era justo, já que ele sempre foi minha maior inspiração e exemplo de ética e profissionalismo. Ele foi e eu fiquei muito orgulhosa, me sentindo prestigiada pelo meu mestre.

Deogar nos deixou prematuramente em agosto de 2003. As saudades são muitas.

Um beijo, querido!

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Aos meus camaradas, um ano vermelho!


Somo todos Marcos!

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Do Congresso da UNE de 1995, em Brasília, trouxe boas lembranças, contatos com a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS) – que me valeram mais que o curso inteiro – e algumas camisetas, daquelas brancas de protesto típicas dos estudantes da esquerda. Uma delas tinha uma foto do líder do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) do México e a frase “Somos todos Marcos”. Adorava essa camiseta e a usava com orgulho. O comandante Marcos deu um novo fôlego à esquerda mundial com sua ousadia e criatividade na capacidade de comunicação, usando a internet – que ainda engatinhava – para divulgar a opressão desumana sofrida por seu povo em Chiapas.
Infelizmente a camiseta se perdeu, mas a mensagem não. Essa madrugada a reencontrei em vídeo. Todos nós que lutamos por democracia, trabalho, educação, saúde, moradia, justiça, cultura, alimento, independência, paz, informação, terra e liberdade nesse continente, somos Marcos.
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Locos Por Ti America!
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Vento Negro é surreal

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capa do primeiro LP de 1975 - clique na imagem para assistir um clipe do grupo na Globo, em PB

Essa madrugada estava conversando com uma amiga publicitária lá de Fortaleza e em meio aos papos pessoais, acabei comentando com ela a música que estava ouvindo e mandei o link para que ela ouvisse também. A música: Vento Negro, de 1975, do extinto grupo Almôndegas – grupo pelotense, precursor da dupla Kleiton & Kledir. A versão que estava ouvindo era ainda mais especial por ser uma gravação amadora num show dos irmãos Ramil no Theatro Guarany aqui em Satolep, com as participações do caçula Vitor e do Quico Castro Neves, vocal original da música no Almôndegas.

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Para quem nunca ouviu falar, Vento Negro está para o Rio Grande do Sul como Andança está para o resto do Brasil. É a música mais tocada em rodas de viola e é a primeira a ser ‘tirada’ quando se aprende a tocar violão. Ou pelo menos era. É uma música significativa, bonita demais, nativista misturada à MPB, e lançada em plena ditadura, cantada por um grupo vocal e musicalmente muito competente. Confira a letra. Era o início da chamada Música Popular Gaúcha.
Mas porque estou falando de Vento Negro? Acreditem, ela é uma composição do agora ex-prefeito de Porto Alegre e candidato ao governo do RS pelo PMDB, José Fogaça. O mesmo hoje envolvido num escândalo de corrupção que envolve o Instituto Sollus e a prefeitura da capital gaúcha e que teve neste final de semana a quebra dos sigilos bancário e fiscal autorizada pela Justiça.
Alguém viu ou ouviu a notícia ser amplamente explorada pela imprensa gaúcha? Pois a notícia foi, sim, veiculada no Grupo RBS. O jornal Zero Hora Online publicou no início da madrugada de sábado, quando – todos sabemos – há uma audiência monstra (sic) e acompanhada da palavra mágica “suposta” estrategicamente já no subtítulo da matéria.
Não bastasse a clara amenização do fato pela imprensa, o tal Caso Sollus ainda envolve um crime. O ex-secretário de saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos (PTB), foi assassinado na véspera de seu depoimento na Polícia Federal sobre o caso. Crime ainda não esclarecido, onde a imprensa finge que não vê os erros grotescos da investigação e onde a polícia gaúcha se apressou em “explicar” o caso como latrocínio. (Leia mais sobre o caso Eliseu Santos aqui e aqui)

o Fogaça da época de Vento Negro

Tudo muito estranho. Tão estranho quanto o José Fogaça um dia ter composto uma canção tão linda que termina com os versos:

“Não creio em paz sem divisão
De tanto amor que eu espalhei
Em cada céu em cada chão
Minha alma lá deixei”

Não parece surreal? Fato é que o Fogaça de hoje não é mais o mesmo que escreveu estes versos. E tomara que os irmãos Ramil percebam isso logo. É doloroso vê-los apoiar Fogaça a cada eleição como se ele ainda fosse o mesmo de Vento Negro.

Meu desejo mais sincero e profundo está nos versos do refrão dessa música: “Um vento forte se erguerá arrastando o que houver no chão” e levando embora os velhos hábitos da política e essa ‘tendência natural’ de direitização do passar do tempo.


Das minhas utopias

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Meu amigo Deogar Soares usava este pensamento para definir sua inadaptação: “É como se existisse uma máquina do tempo predeterminando como e quando cada um de nós deve nascer. A hora do indivíduo. No meu caso, a máquina do tempo deve ter tido um crepe e aqui me pôs em hora e lugar errado. Talvez eu fosse pra amanhã. Talvez eu fosse do passado”.

Esse sentimento de não pertencimento a lugar, tempo e espaço me acompanha desde sempre. Me sinto mesmo um extraterrestre e, confesso, não chega a ser esquisito. Tenho até orgulho de sentir essa estranheza tamanha num mundo tão distorcido em valores, tão torpe. Não consigo me conformar que coisas valham mais que pessoas, que dinheiro valha mais que dignidade e menos ainda que provocar dor em outra pessoa, machucar física ou emocionalmente, seja considerado razoável simplesmente para se safar, salvar, manter seu bem-estar ou obter alguma vantagem. Do meu ponto de vista: Que vantagem há em se tornar menos humano?

Nesses dias em que os direitos humanos são a pauta do dia, e fala-se muito em tortura, abuso, morte e desaparecimento como formas de castigo a “subversivos da ordem”, me dou conta de como um simples pensamento, ideia, é capaz de aterrorizar outra pessoa a tal ponto de transformá-la num monstro. Não estou justificando comportamentos, apenas tentando entender – que fique bem claro.

Me ocorrem duas causas: ignorância e intolerância. A ampla maioria das pessoas é incapaz de conviver com a diferença. Certo estou eu e a maneira como vivo. Quem vive, pensa, se comporta de maneira diferente está errado. Admitir que o outro possa estar certo significa estar errado? Só existem duas alternativas? Obviamente que não, mas como desconhecemos as demais, excluímos.

A nossa maior qualidade como humanos é a multiplicidade, a capacidade de sermos muitos e cabermos todos na mesma espécie, na mesma definição de ser. A diversidade de pensamento e o embate civilizado de ideias é a nossa grande chance de crescimento, para não dizer a única. Afinal, que graça tem viver uma vida inteira, 70, 80 anos, se achando o certo, o correto?

A minha utopia maior sempre foi viver num mundo onde eu me sentisse parte dele, confortável – no sentido de bem-estar e não de comodidade. Significa dizer que este mundo seria habitado por pessoas que se esforçariam ao máximo para melhorar, progredir, crescer. E para isso obrigatoriamente interagiriam com os demais, “tudo junto misturado”, convivendo em harmonia, sem fronteiras, classes, fomes ou privações de qualquer ordem. Mas com inquietude e desconforto suficientes para sempre buscar novos caminhos e desafios.

Quero muito? Quero o impossível, quero mágica, sim. Mas por hoje, bastava não sentir essa dor causada por quem não entendeu a dimensão de minhas utopias maiores e me deixou de presente essa menor, não menos necessária.


Partido Pirata contra as patentes do capitalismo

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Gabriela Moncau
Caros Amigos
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Criado em 2006 na Suécia e com atuação em mais de 30 países, inclusive no Brasil, a organização partidária defende a liberação dos direitos autorais e adoção de software livre na Internet.

A sociedade da informação enfrenta uma forte contradição, que é naturalizada por muitos. Por um lado, com a expansão das redes, há possibilidades que nunca existiram, como, por exemplo, o compartilhamento de cultura, conhecimento e bens imateriais. Há no mundo aproximadamente 1 bilhão de pessoas com acesso regular a computadores pessoais. Ou seja, conectadas em uma rede mundial por máquinas de replicação em alta velocidade que reproduzem fielmente, sem custo, qualquer arquivo. Por outro, há o enrijecimento das ações e legislações a favor da propriedade intelectual. Uma esquizofrenia que provoca um dos maiores embates relacionados à informação, além de representar um desafio para os que defendem a democratização da cultura, do conhecimento e dos meios de comunicação.

Com o interesse de manter a exclusividade de exploração comercial sobre os produtos, a indústria cultural elabora leis que visam conter a cópia e o compartilhamento de conteúdos. Sérgio Amadeu, sociólogo e professor da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, estudioso da questão da exclusão digital e do software livre, explica que as práticas de colaboração são intrínsecas à sociedade e surgiram muito antes da internet. “As pessoas não acham que estão fazendo nada errado. Esse costume sempre existiu. Antigamente, por exemplo, você pegava um vinil, colocava num aparelho de som 3 em 1, escolhia 3 ou 4 músicas, tocava o vinil, montava uma fita, levava pra uma festinha, dava pro seu amigo que copiava”, assinala.

Com o advento das redes, os controladores da indústria cultural desenvolveram diferentes estratégias de repressão. A primeira delas foi criar casos exemplares: identificavam uma pessoa que havia desenvolvido algum programa de compartilhamento ou que copiava muitos conteúdos e abriam grandes processos contra ela. Cobravam multas, ameaçavam de prisão e davam grande publicidade ao caso. As pessoas, no entanto, deram-se conta que a chance de ser identificado era irrisória. Colocaram em prática, então, processos contra um grande número de pessoas. No entanto, a popularização e o barateamento da banda larga fizeram com que a estratégia tivesse alcance limitado.

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