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Sobre a denúncia de assédio/abuso contra Idelber Avelar

tá todo mundo meio assim com essa história...

tá todo mundo meio assim com essa história…

Está bem difícil ficar nas redes sociais sem se envolver, ler ou pelo menos saber da super-ultra-power-mega-plus-treta que envolve Idelber Avelar e duas mulheres que o acusam de assédio. Sim, é muito ruim chamar uma denúncia séria de assédio de “treta”, porque não é e é preciso tratar com respeito a questão, mas tudo que nas redes sociais ou plataformas digitais (oi, Dri) envolve discussão entre duas ou mais pessoas é chamado de treta, e essa envolve muitas pessoas, em pelo menos três dessas plataformas (twitter, facebook e tumblr) e já chegou à blogosfera (não toooooda a blogosfera, mas uma parte considerável dela, pelo menos a que eu frequento).

Se tu não sabes/entende muito bem o que é assédio e como isso se dá na internet ou ainda como as mulheres se sentem a respeito, passem antes pelo excelente e esclarecedor texto da Jarid Arraes na Revista Fórum que coloca as coisas nos seus devidos lugares. E, sim, considero assédio violência contra a mulher. Existem outros tipos de assédio? Sim, mas é o assédio sexual de mulheres o mais complicado de provar. Primeiro porque nunca basta a palavra da vítima. E em sendo mulher e ocupando a posição de denunciante sua palavra já vem com um descrédito de 70% de fábrica no mínimo.

Já sabendo o que é assédio, que constrange as mulheres, é violência e que não basta sua palavra para denunciar, a vítima precisa reunir *provas*. Nesse caso do Idelber as provas são controversas, porque são prints de conversas privadas. Existe naquilo que se chama netiqueta um acordo tácito de que conversas privadas ficam no privado, em segredo, numa relação de confiança mútua entre as pessoas que conversam. Não é preciso dizer que no privado somos bem menos bonitos e apresentáveis do que somos em público. É assim na vida, é assim na internet. No privado, em casa, a gente peida, enfia o dedo no nariz, tenta tirar aquele fiapo de frango do meio do dente com a unha, anda pelado, grita mesmo quando não é necessário (tem gente que não grita nunca, meu profundo respeito a esses), faz careta, xinga, etc. Isso quer dizer que é onde nos sentimos à vontade, então podemos virar do avesso. Confiamos nas pessoas com quem coabitamos e aturamos suas deselegâncias na mesma medida que elas aturam as nossas. Há um acordo tácito de não sairmos por aí contando as deselegâncias um do outro. Essas coisas não se dizem, não se contam. O que é público está em discussão e julgamento, o que é privado fica lá no privado.

Daí que o feminismo fez a deselegância de tirar várias coisas do privado e trazer para o público. Iam além da deselegância e ultrajavam, violentavam as mulheres (e em muitos casos, as crianças também). E muito do que só era privado e deveria ficar no privado passou a frequentar delegacias, inquéritos, tribunais. O excesso dessas *deselegâncias fora do seu lugar* criou a demanda de serem tipificadas no Código Penal. Algumas já foram. A Lei Maria da Penha é um resumo da demanda de várias deselegâncias do mundo privado que ao ficarem à vista de todos são facilmente tipificadas como crime, mas que por terem ocorrido no privado ficavam impunes. Agora não ficam mais. Basta que a vítima ou alguém próximo tire o que ocorre de violência no privado e traga a público.

Bueno, o chamado *Caso Idelber Avelar* foi não mais do que isso. Duas mulheres se sentiram violentadas no privado da internet e trouxeram a público para que todo mundo visse. Não sem sofrimento, não sem condenação, não sem dedos apontados para elas. Mesmo cientes da condenação imediata decidiram trazer. Se formos nos apegar à letra fria da lei quase nada ou nada do que ocorreu entre essas mulheres e Idelber é possível classificar como crime, mas elas se sentiram violentadas em algum momento na relação com ele. E quem é que mede, que diz se foi violência ou não? A vítima ou o agressor? O público que está fazendo do caso uma monumental treta?, os ditos operadores do direito? Se dependesse do judiciário a Lei Maria da Penha não seria lei e nem o que ocorre no privado dos lares estaria autorizado para ser trazido a público. Mas quem disse que o movimento feminista espera autorização de alguém para lutar pelo que é justo para as mulheres? UFA!, ainda bem que não. Muita gente tem dito que o que se conversa no privado deve ficar no privado. Mas e quando o agressor/abusador/molestador conta com esse acordo de privacidade para ir além do que lhe foi permitido e sair ileso, liso e ainda continuar agredindo, abusando, molestando por anos a fio, inclusive se vangloriando disso? Essa é a questão.

Esse caso não trata da sua amizade com o Idelber, nem sobre o comportamento das feministas e muito menos sobre o que cada de um nós acha sobre nada. Esse caso é uma denúncia de assédio sexual que duas mulheres (pelo menos até agora apenas duas) estão trazendo a público. ‘Ah, se trouxe a público o público tem o direito de opinar’. De opinar, sim. De julgar, NÃO! Não, não estou me referindo ao que estão chamando de “linchamento moral” do Idelber, me refiro a julgar quem denuncia, a apontar o dedo para essas mulheres fazendo comentários como “era uma relação consensual entre adultos”, “disseram sim e mandaram fotos porque quiseram” e coisas do tipo. Porque isso equivale a perguntar “o que estava fazendo com aquela roupa naquele horário na rua?” ou “se não queria, por que foi até o apê do cara?”. Se não me engano, já tínhamos, pelo menos dentro do movimento feminista, um acordo tácito e imprescindível de que NUNCA se julga a vítima, não se coloca sua palavra em dúvida e, principalmente, não se culpabiliza a vítima. Não importa se o agressor/abusador/molestador é nosso amiguinho, parente, do mesmo partido ou alguém que admiramos.

De verdade, estou lamentando muito que um cara de esquerda como Idelber Avelar, capaz de escrever coisas assim: “Quando esses homens são confrontados por uma feminista, seja em sua ignorância, seja em sua cumplicidade com uma ordem de coisas opressora para as mulheres, armam um chororô de mastodônticas proporções, pobres coitados, tão patrulhados que são. Todos aqueles olhos roxos, discriminações, assédios sexuais, assassinatos, estupros, incluindo-se estupros “corretivos” de lésbicas (via Vange), objetificações para o prazer único do outro, estereotipia na mídia, jornadas duplas de trabalho, espancamentos domésticos? Que nada! Sofrimento mesmo é o de macho “patrulhado” ou “linchado” por feministas! A coisa chega a ser cômica, de tão constrangedora.” no texto A busca incansável por um feminismo dócil, ou, não é de você que devemos falar (de 19/12/2010 em seu blog a respeito de uma outra treta monumental que envolvia o jornalista Luís Nassif e feministas), apareça agora como alvo de uma denúncia de abuso e assédio sexual.

Eu poderia dizer que já sabia que ele era meio galinha, que três por quatro baixava nas DMs e caixinhas inbox de amigas feministas com cantadas baratas, mas o máximo que eu poderia dizer dele a esse respeito é que era um cara meio sem criatividade ao abordar mulheres. E só! Jamais, e acho que aqui reside o susto e abalo de quase todos, pensei que ele fosse capaz de desrespeitar as mulheres com quem se relacionava, e com uma visão tão machista e objetificadora das relações sexuais (até mesmo das casuais). Não, não é moralismo, amigues. As pessoas se relacionam como elas quiserem, se for consensual, tudo consensual, podem tudo, de BDSM e chamar de puta e viado/corno até mijar uma na outra. Eu não curto essa coisa escatológica, mas dizem que tem gente que gosta. Há gosto pra tudo, já dizia o cidadão comendo ranho (subistitua por outra coisa a que tenha nojo). Mas, repito: desde que seja consensual, do início ao fim, be-le-za. A questão é que em dado momento essas mulheres se sentiram violentadas, e denunciaram. A denúncia, por mais que queiram distorcer a questão e focar em algumas feministas que ajudaram-nas a reverberar, partiu das mulheres que se sentiram ultrajadas/violentadas por Idelber. E elas pensaram muito antes de denunciar. Pediram ajuda, de jurídica a psicológica passando por apoio moral. Muitas sequer lhes responderam. Casualmente (ou nada de casual) as blogueiras que lhes deram apoio são as mesmas protagonistas de todas as mega-tretas da internet desde que estou por aqui.

Não sou radfem (feministas radicais, linha do feminismo muito discutida na internet e muito briguenta – digamos assim), nem feminista fofa, nem rapunzel. Sou biscate, avulsa, eu sozinha. E costumo sim dizer o que penso quando acho que devo. Nunca, N-U-N-C-A, coloquei em dúvida a palavra da vítima. Isso pra mim, enquanto feminista, é condição. Lamento muito que o Luís Nassif — que outrora chamou a Lola e parte do movimento feminista de “feminazi” — agora se utilize de forma oportunista das próprias palavras da Lola para bater em Idelber, seu antigo desafeto, mas não é motivo suficiente para que eu deixe de apoiar uma mulher denunciando abuso/assédio. Lamento muito que o Pablo Villaça — centro de uma outra treta com feministas por piada machista infeliz — se aproveite desse caso para fazer de novo “gracinha“, ao mesmo tempo o aplaudo por logo em seguida reconhecer que falha sempre e não se diz feminista e que está aí tentando aprender. Porque é isso. O mundo é machista e o machismo sendo estrutural e estruturante atinge a todos indiscriminadamente. Nem as feministas estão a salvo de escorregarem e serem machistas aqui ou ali. Nos autovigiamos muito e tals, mas ninguém é infalível. Sim, os petistas e governistas — contra os quais Idelber se voltou nos últimos tempos politicamente e criticava muito — estão deitando e rolando. Lamento por isso também, está nojento de ver.

Mas lamento mesmo, de verdade e profundamente, é pelas pessoas que se relacionam com Idelber (namorada, filhos, família, amigos) que se veem no olho de um furacão de uma hora para outra sem saber o que fazer. Se eu fiquei dois dias perplexa, pensando no que iria escrever, imagino eles…e me solidarizo com sua dor. E por eles gostaria de deixar esse assunto pra lá. Mas, quando eu me tornei feminista assumi um compromisso de luta para a vida toda, e não posso me fazer de cega-surda-muda porque conheço o denunciado e seus familiares.

Um amigo, ontem, me disse “que desagradável tudo isso”. Concordei. Mas, como respondi a ele, para nós é APENAS DESAGRADÁVEL. Há pessoas que estão só na metade da estrada desse inferno.

Por fim, como ilustração, deixo o tuíte da :

Captura de tela de 2014-11-30 23:32:44

 

p.s.: Se algum dia houver alguma(s) denúncia(s) contra o Gilson, nos façam o favor, a mim e a ele, de não nos protegerem como estão tentando nesse caso. Nos tratem como inimigos ou meros desconhecidos e ouçam a(s) vítima(s). OUÇAM A(S) VÍTIMA(S).


Não sabe brincar, não desce pro play!

***Esse texto é sobre a “treta” de hoje à tarde no Twitter envolvendo eu, @sudornelles e o perfil de *humor* @O_Bairrista. Se tu não conhece esses três e nem tem perfil no twitter, pare a leitura por aqui porque vai ser difícil entender. Para os demais, vou tentar ajudar com ilustrações.***

Depois de muita peleia, jogo de cintura e negociação, finalmente o vereador Pedro Ruas e a vereadora Fernanda Melchionna, ambos do PSOL de Porto Alegre, conseguiram trocar o nome de uma das avenidas mais movimentadas, aquela pela qual se entra na cidade, de Av. Castelo Branco para Avenida da Legalidade e da Democracia.

Trocar o nome de uma rua movimentada nunca é fácil. Levará um bom tempo, quiçá gerações, para que a tal avenida deixe de ser chamada Castelo Branco ou “a antiga Castelo Branco”. Aqui no Rio de Janeiro, onde estou atualmente desgarrada do meu pago, a Av. Dom Helder Câmara, um dos eixos principais da zona norte da cidade, liga o bairro Benfica a Cascadura, tinha antes o nome de Suburbana. Ainda hoje eu ouço explicações de como chegar a algum lugar “que passam” pela Suburbana. O nome da ponte que liga o Rio de Janeiro a Niterói sobre a Baía da Guanabara está para ser alterado também, de Ponte “Presidente Costa e Silva” para “Ponte Betinho”, o projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e em breve irá à votação em plenário e não tenho a menor ilusão de que será chamada de Ponte Betinho, será Ponte Rio-Niterói para sempre.

Mas, por que diabos então trocar os nomes dessas ruas e avenidas? Só para causar confusão? Esses parlamentares não tem mais nada para fazer? Uma das principais atribuições de mandatários de cargos executivos ou legislativos é primar pela democracia, e isso por si só justifica a mudança dos nomes dessas ruas, pontes e avenidas. É SIMBÓLICO e é principalmente JUSTO! Esses generais golpistas, assassinos, torturadores e também corruptos não podem seguir sendo homenageados e referenciados pela história como se fossem heróis salvadores da pátria. É preciso contar seus crimes, colocar os pontos nos is, abrir os arquivos secretos da ditadura — que nem a Comissão Nacional da Verdade conseguiu ainda — e contar a história do Brasil por completo. É preciso contar a história das pessoas que deram suas vidas por esse país e continuam renegadas ao esquecimento, ao desparecimento político — o movimento #desarquivandoBR explica melhor isso do que eu sozinha; e tem blog também –. E no caso de Porto Alegre, nem é uma pessoa que está sendo homenageada, mas um movimento historicamente muito importante que ajudou a atrasar o golpe militar em pelo menos três anos, tal e qual o suicídio de Getúlio Vargas atrasou dez anos o golpe.

A necessidade de alterar o nome de ruas, avenidas e pontes que exaltam generais da ditadura e o golpe militar está justamente na ignorância de gerações que questionam a importância desse ato. Não entendem porque lhes foi negado o acesso à história real desse país. Daí que não surpreende que saiam por aí fazendo ato contra a corrupção e pedindo a volta da ditadura…

O projeto da Av. da Legalidade e da Democracia foi aprovado no dia 1º de outubro e só hoje — 21 de novembro –, depois de muitas críticas e denúncias, a A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre começa a colocar as placas da dita avenida com seu nome atual. Nunca me passou pela cabeça, nem no pior pesadelo que a EPTC ou o prefeito José Fortunati fossem viúvas da ditadura. Nem no meu pior pesadelo tinha atos públicos pedindo a volta da ditadura. Mas é 2014, um ano surreal. A ex-querda defende políticas de direita e a economia liberal e a direita canta de defensora da democracia…

meme viúvas ditadura

Como é natural que as pessoas ainda chamem a dita avenidade de Castelo Branco é natural também que a EPTC coloque placas adicionais dizendo “antiga Av. Castelo Branco” para facilitar o trânsito e a vida das pessoas. Dar destaque a isso ou fazer disso uma piada é que não faz o menor sentido. Em primeiro lugar: CADÊ A PIADA?

a "piada" do Bairrista só serviu para despertar comentários reaças e críticas desqualificadas e desqualificadoras que servem pra que, mesmo?

a “piada” do Bairrista só serviu para despertar comentários reaças e críticas desqualificadas e desqualificadoras que servem pra que, mesmo?

Nesses tempos surreais o humor tem um capítulo de destaque. Não se faz mais piadas com o opressor e a opressão, é o oprimido o alvo das piadas, deboches, escárnios. E quem levanta a voz para dizer o quão horrendo e sem graça é esse tipo de humor é taxado de louco, censor, politicamente correto e etc. Nunca, NUNCA, nunquinha, alguém me viu, ouviu ou leu dizendo a alguém o que deveria escrever e muito menos apagar o que escreveu ou negar o que disse. Se o perfil d’O Bairrista não soube manter o humor ao ser criticado pela piada sem graça e decidiu apagar uma foto o fez porque quis, porque não tinha como sustentar a graça da piada pelo simples fato de que ela não existia. Ou não teria gasto mais de 30 tuítes se explicando e se justificando. Ou não teria jogado pra galera que tinha sido “censurado”. Censurado como? Que poder tenho eu para censurar alguém? Amigo, não sabe brincar não desce pro play. E ainda joga pra galera, atraindo para o meu perfil e da Suzana toda sorte de machista, misógino e reacionário para nos xingar. Teve um que ameaçou até de processo… /o\

Captura de tela de 2014-11-21 15:23:14

em nenhum momento nem eu e nem a Suzana pedimos que O Bairrista apagasse nada, e ele distorceu a situação e jogou pra galera que, obviamente, veio com tudo: misoginia,machismo…

Ó, que ideia massa:

Esse foi o melhor, me poupou muitos pilas com terapia, psiquiatra e já me deu o diagnóstico, preciso:

CAPAZ !?!?!?!?!?!?

CAPAZ !?!?!?!?!?!?

Não fosse suficiente o oprimido que ousa lutar contra sua opressão ser criminalizado, ainda é alvo do “humor”. Debochar de gordo, mulher, gay, negro, torturado e fazer toda sorte de piada preconceituosa não é humor, é reforço na opressão, é azeite na máquina do status quo. Enquanto O Bairrista ria de si mesmo (o gaúcho que faz piada de seu bairrismo) ia tudo muito bem, mas é impressionante como o “sistema”, a máquina do status quo mói até mesmo essas pequenas iniciativas críticas. Vide o caso Dilma Bolada.

“Ah, vocês de esquerda não têm humor e querem censurar o humor alheio”. Amigue, dá uma olhada no perfil @PSTUdoB e quem o retuíta e veja se não temos humor. Desde os 15 anos que ouço piadas sobre Marx, Lênin, Trotsky dos próprios marxistas, leninistas e trotskistas. Sim, como qualquer ser humano somos capazes de — E DEVEMOS! — rir de nós mesmos. O que não é possível é viver por aí, em público, sem aceitar críticas, sem saber ouví-las e recebê-las como se fôssemos perfeitos. De certo que ninguém é perfeito, mas quem se acha está a meio passo do fascismo.

Foi Max Weber quem disse – e não Karl Marx – “Quem se declara neutro já se decidiu, mesmo sem saber, pelo lado mais forte”.

Um dos maiores humoristas da história, o mais engraçado de todos, Charles Chaplin, debochava de si mesmo e principalmente do opressor, provando que não é preciso ser preconceituoso para ser engraçado. Meu único conselho é: REVEJAM SEUS CONCEITOS!

#BeijoMeBloqueia

 

p.s.: O @O_Bairrista pediu desculpas por ter citado a minha arroba e a da Suzana, só que depois que abrir as portas do inferno fica difícil fechar…

p.s.2: Deveria ter apagado o nome das pessoas que nos xingaram e nem deveria linkar seus perfis. Ops! Foi mal. Desculpaê.

p.s.3: Só pra contrariar, continuarei seguindo O Bairrista no tuinto, é engraçado tirar *humorista* do sério. 😛


Sedução meia boca para quem gosta

Devassando a Timeline…
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Homens metidos a Don Juan e mulheres metidas a Cleópatra* existem em todos os lugares, inclusive na esquerda e/ou na internet. Sempre convivi em maior ou menor distância com os chamados capas-pretas da esquerda que se utilizavam de sua posição e/ou conhecimento, poder para seduzir militantes (aqui substituindo o termo ‘moçoilas’) desavisadas(os). Acontece com homens e mulheres, mesmo que seja muito mais frequente com os homens pelo modelo patriarcal fortemente arraigado e pelo culto ao tipo “cafajeste” que parece perpassar até as barreiras ideológicas e de gênero. Afinal, concordando ou não, algumas mulheres assumem esse papel meio que em tom de vingança sexista.

Substituí o termo “moçoila” porque somos todos adultos, com mais ou menos experiência. E no mundo atual, com tanta informação pipocando por todos os lados, cair em um determinado tipo de ‘papinho’ de sedução, parece ser mesmo por conveniência ou por vontade própria. Mas diante dos ‘mitos’ da esquerda continuam a suspirar moçoilas e moçoilos desavisados. De novo – não por escolha minha mas pelas circunstâncias – os homens, bonitões com tendência à solteirice (leia-se independência afetiva/emocional) são alvo certo para suspiros e por consequência, se utilizam do vasto campo de ‘oportunidades’ de sedução a sua frente. Alguns, mais honestos, nem gastam muita saliva e deixam bem claro que não vão se comprometer com ninguém, nunca. Outros preferem exercitar seu lado ‘cafa’ e se esmeram em promessas subentendidas e em declarações de afeto – que mais parecem notas de três reais – desnecessárias.

Por que estou falando sobre esse assunto? Não, não me deixei seduzir pelo José Dirceu. Ele nem tentou (rindo muito enquanto escrevo). Meus amigos mais próximos diriam que se ele tentasse me seduzir haveria grande chance dele sair reclamando que foi ‘seduzido e abandonado’.

Mas, canalhices a parte de ambos os lados, essas histórias se repetem todos os dias e eu as tenho visto no tuíter, que além de ser um microblog é também uma rede social de relacionamentos. Alguns profissionais que dão pinta de serem muito sérios – e são mesmo muito sérios e competentes profissionalmente – ao partirem para suas tentativas de seduções, se mostram como cafajestes tradicionais e totalmente pervertidos (pervertidos no sentido de depravação = desvio patológico do comportamento considerado normal, com todas as controvérsias que o assunto suscita). Há alguns que se dizem subversivos ao invés de pervertidos, porque acreditam mesmo estarem subvertendo a ordem natural das coisas. Oi? Bem historinha pra boi dormir ou para derrubar a vaca (desculpem-me a expressão).

Esses ‘don juans’ precisam saber que a internet aproxima as pessoas, de tal forma que aquela conversa de amigas (onde basta uma abrir a boca e contar o grande segredo para todas se darem conta que foram seduzidas pelo mesmo cafajeste e pela mesma história – ipsis litteris) se dá muito mais rápido do que eles imaginam, sem testemunhas (ninguém as vês tomando chá ou indo ao banheiro juntas confabular) e o pior de tudo: todas tem em seus msns, gtalks, skypes, mensagens diretas do tuíter e/ou imeius, os registros das seduções do espertinho (alguns repetem até os erros de português).

Numa dessas confabulações de um grupo de gurias do tuíter hoje a tarde, surgiu a ideia de ‘denunciar’ os nomes (as arrobas) de alguns desses ‘don juans’ fajutos. Mas nem todas queriam se expor ou entregar que caíram de alguma forma no tal papinho infame e barato. Pensei em contar sozinha quem eram, uma vez que jamais me considero vítima de sedução. Anunciei que contaria e criou-se uma baita expectativa sobre quem são as tais ‘arrobas pervertidas’ (apelidei assim), mas não quero criar uma ‘caça às bruxas’. São profissionais até certo ponto sérios e que utilizam as mídias sociais também para divulgar seu trabalho. Então fica o alerta: Você amigo(a) don juan/cleópatra-de-meia-pataca que está aí usando as mídias sociais para seduzir de forma barata e cafajeste suas vítimas, saiba que a internet deixa rastro e as pessoas se esbarram por aqui mais facilmente que na vida real. Entenderam? (Tá.)

Muito bem disse o Marcelo Branco, coordenador da campanha Dilma nas redes virtuais, que a internet potencializa o que as pessoas são na vida real. Um pouco de cautela ao usar a rede não fará mal algum a ninguém. Traduzindo: Menos, pessoal. Menos!

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* mitos masculino e feminino que seduziam, segundo consta, até o ar que os envolvia.