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Derrubar o muro na Palestina

48 horas de mobilização midiática
contra a construção do muro na Palestina

13/11/2010, por Soraya Misleh
na Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada
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Na mesma semana em que movimentos protestam no mundo contra o muro do apartheid na Palestina, celebra-se a queda do Muro de Berlim – em 9 de novembro de 1989. Em sua 8ª edição, a iniciativa, coordenada pelo movimento Stop the Wall, segue até dia 16, contando com maratona midiática que teve início à zero hora de ontem (12) e terá duração de 48h ininterruptas. Durante o período, mídias alternativas do mundo todo têm se mobilizado para vencer a árdua batalha no campo da informação e contribuir, assim, para abalar os alicerces da enorme barreira na Cisjordânia.
Tal, como lembrou o historiador André Gattaz em artigo de sua autoria intitulado “Ilusões sobre o processo de paz na Palestina”, trata-se na verdade de “um complexo de fortificações composto por muros, cercas, fossos, barreiras, portões de controle, torres de segurança e equipamentos de vigilância eletrônica, orçado em mais de um milhão de dólares o quilômetro”. Ainda conforme o especialista, “embora o governo israelense denomine-o ‘cerca de segurança’, vem sendo conhecido no restante do mundo como ‘muro da vergonha’ ou ainda ‘muro do apartheid’, numa triste recordação dos tempos do apartheid que separava negros e brancos na África do Sul, ou do muro de Berlim que simbolicamente separava o comunismo do capitalismo, e que com tanto simbolismo foi derrubado”. Aliás, sua altura e extensão superam consideravelmente este último. Ainda em construção, desde 2002, mede cerca de 700km e tem aproximadamente 9m de altura. O de Berlim, levantado em 1961, tinha em torno de 155km e 3m.
O muro na Cisjordânia tem anexado terras e impedido os cidadãos palestinos do direito elementar de ir e vir – à escola, aos hospitais, ao trabalho. O Tribunal Internacional de Haia declarou a construção ilegal em 2004, recomendando sua derrubada imediata e a reparação dos danos que vem causando. Mais ainda, vaticinou: “Todos os estados têm a obrigação de não reconhecer a situação ilegal resultante da construção do muro e não dar auxílio ou assistência para manter a situação criada por tal construção; todos os estados signatários da Quarta Convenção de Genebra relativa à Proteção de Civis em Tempos de Guerra, de 12 de agosto de 1949, têm, além disso, a obrigação, enquanto respeitam a Carta das Nações Unidas e a lei internacional, de exigir de Israel o cumprimento da lei humanitária internacional incorporada naquela Convenção…”
Como lembra Gattaz no mesmo artigo, o Brasil, como signatário da Convenção de Genebra, aí se inclui. Portanto, se não por razões humanitárias, em cumprimento à lei internacional, não pode se calar diante da opressão e da injustiça.

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Mais fotos do muro da Palestina neste post, A mídia nazista do séc. XXI, de 31/12/2009, no Dialógico e AQUI.

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A esperança colore o céu de Gaza

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Seis mil pipas palestinas no ar, numa praia em Gaza, furam o bloqueio israelense com seus sonhos e cores
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Mais de 6,2 mil crianças na Faixa de Gaza tentaram bater seu próprio recorde mundial de maior número de pipas empinadas ao mesmo tempo. Elas integram um programa organizado pela agência da ONU de ajuda aos refugiados palestinos, a UNRWA, e se reuniram na quinta-feira (29) em uma praia para soltar uma pipa cada. Segundo o diretor da UNRWA, John Ging, o evento levantou o astral de toda a população de Gaza.
O recorde ainda está por ser confirmado pelo Guinness World Records, que não pode enviar nenhum representante do órgão ao evento por causa do bloqueio militar à região. O programa Summer Games, da UNRWA, acontece por seis semanas durante o verão, em 150 locais na Faixa de Gaza.
O povo palestino não se entrega à opressão. Eles resistem brava e ludicamente ao terror imposto pelo estado de Israel e são capazes de produzir cenas comoventes como essa, colorindo o seu de Gaza com os sonhos e cores de suas crianças.
Em dias como esse, acredito que conseguirei ver a Palestina Livre.

(fonte BBC Brasil)
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Nota: Infelizmente, logo após esse belo espetáculo a aviação israelense começou a bombardear novamente a Faixa de Gaza. Já estamos no segundo dia consecutivo de bombardeio, 01/08, e sem previsão de trégua.  😦
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Fim do Bloqueio a Gaza!

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Boicote Israel nas Olimpíadas 2012

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Por todos os motivos que já expus aqui, assinei e indico a petição online – abaixo-assinado – para que Israel seja banida dos Jogos Olímpicos de 2012. Sendo os Jogos Olímpicos um tributo das nações à paz e sendo chamado de Jogos da Amizade entre os povos, não é possível que um Estado que não respeita acordos e tratados internacionais participe. Israel promove um banho de sangue em Gaza com o beneplácito dos EUA e nações ricas do Ocidente e precisa saber que seus atos tem consequências. Ou o povo palestino será exterminado, dia a dia, pela nossa omissão.
Leia o texto da petição online traduzido e assine clicando AQUI ou no banner com a bandeira israelense. Ele ficará nessa coluna da esquerda do blog.


Quando a imagem dispensa palavras para traduzi-la

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Ataque covarde de Israel à frota de apoio humanitário a Gaza

Ativistas antes de partir com 10 mil toneladas de suprimentos à Palestina.

Domingo à noite, 30/05, por volta de 20h, li no Blog do Tsavkko sobre a frota de navios turcos com ajuda humanitária para Gaza que se aproximava de Israel. A “Flotilla” – composta de oito navios, 750 ativistas de 60 nacionalidades diferentes e 10 mil toneladas de suprimentos – tentaria furar o bloqueio criminoso israelense a Faixa de Gaza.

Esse primeiro post já trazia o link para o acompanhamento da Flotilla via satélite em tempo real e a notícia que a tripulação vestia coletes salva-vidas temendo um possível bombardeio israelense. Pois o ataque aconteceu por volta das 23h, não por bombas mas à tiros. Durante toda a madrugada o assunto dominou o tuíter, pelo menos entre as pessoas que acompanho – defensores dos Direitos Humanos e do povo palestino.
Passam das 7h da manhã dessa segunda-feira e as notícias (conflitantes ainda) falam em torno de 16 mortos, mais de 50 feridos e alguns desaparecidos. Mais notícias acompanhe pela hastag #Flotilla.
Antes das 2h da manhã, o portal G1 já trazia a notícia com a defesa de Israel que, em mais um acesso de bipolaridade e confusão de identidade, atribui o ataque a “terroristas” do Hamas além de já ter “achado milagrosamente” armas num frota humanitária. Ativistas espanhóis reclamam que o ataque teria acontecido em águas internacionais, onde Israel não tem jurisdição. É um incidente diplomático grave. Vamos ver como os países dos ativistas mortos e feridos reagem, além da Turquia, bandeira oficial da Flotilla. Veja também a cobertura, com imagens do ataque, da BBC Brasil. Abaixo, imagens do ataque:
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O fato é que Israel tudo pode e tudo faz, sem represálias ou condenações. Se fosse um ataque a um navio israelense, mesmo sem vítimas, o assunto seria capa dos principais jornais do mundo – exatamente como já abordei aqui sobre a relação da imprensa com o conflito Palestina x Israel (A mídia nazista do séc. XXI).
Aguardo esperançosa pelas represálias à Israel dos países com um mínimo de sensatez e respeito aos Direitos Humanos e Direito Internacional.  Espero que a ajuda humanitária chegue a Gaza e o sacrifício desses ativistas não tenha sido em vão. Diversos protestos mundo afora em frente as embaixadas israelenses estão sendo convocados. Vamos acompanhar.
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Cartunista Carlos Latuff deu seu recado mais uma vez em defesa do povo palestino e em protesto à Israel.
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Atualização 19h: Número de mortos chegou a 19 e demais ativistas estão presos em porto israelense. Brasil condenou o ataque isralense e pediu, através do Itamaraty, ação forte da ONU contra Israel. Confira no site Opera Mundi, uma galeria de imagens com as reações ao redor do mundo após o ataque israelense.
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Atualização 01/06, 16h: A ONU se reuniu em caráter de urgência para discutir o caso. Condenou o ato mas não tomou nenhuma nenhuma atitude contra Israel, que se prepara para impedir a passagem de mais um navio, e demonstra claramente que perdeu seu papel na manutenção da paz mundial e mediação de conflitos. Leia mais aqui.
À bordo da Flotilla da Liberdade havia 380 turcos, 38 gregos, 31 ingleses, 30 jordanianos, 28 argelinos e vários latinoamericanos, entre eles a cineasta brasileira Iara Lee. Ela está bem, mas permanece presa junto aos demais sobreviventes ao ataque israelense para interrogatório sem acusação formal.
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Atualização 02/06, 4h15: Diante da pressão internacional e doméstica (inúmeros jornais israelenses condenaram decisão da Marinha de Israel de atacar a Flotilla da Liberdade), Israel anunciou há pouco que deportará todos os ativistas presos nas próximas horas.
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Atualização 02/06, 7h30: Grupo de 123 ativistas do Flotilla da Liberdade deportados de Israel chegaram à Jordânia. Informes da madrugada falam na deportação de 250 ativistas apenas. E os outros 400 ficarão presos? Sob que acusação?
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Atualização 02/06, 16h45: Logo depois das 8h da manhã (horário de Brasília), Israel anunciou levar TODOS os ativistas a serem deportados ao aeroporto de Ben Gurion, perto de Tel Aviv. Se referia aos 634 ativistas detidos desde a madrugada de segunda-feira. Às 14h, os aviões turcos ainda não tinham decolado por falta de 25 ativistas.
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Atualização 02/06, 16h50: Partiu há poucos minutos, do aeroporto de Ben Gurion, o primeiro avião turco com ativistas feridos da Flotilla da Liberdade rumo à Turquia.
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Atualização 02/06, 17h15: Israel avisou ontem que usaria “mais força” para impedir a passagem de outro navio de ajuda humanitária à Gaza. O navio irlandês, se atrasou algumas horas da Flotilla da Liberdade por problemas logísticos em outro porto. Hoje à tarde, a Irlanda ameaçou Israel, caso seu barco seja atacado.
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Atualização 02/06, 17h45: O presidente do Egito, Hosni Mubarak, ordenou ontem, 01/06, a abertura da passagem de Rafah, única entrada da Faixa de Gaza que não é controlada por Israel, permitindo a entrada de ajuda humanitária e a saída de doentes do território palestino.
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Atualização 02/06, 19h35: Partiu de Israel, voo turco com os corpos dos ativistas assassinados pela marinha israelense no ataque à Flotilla da Liberdade, na madrugada de 31 de maio. Estima-se que pelo menos quatro dos pacifistas mortos eram turcos. Os demais feridos já tinham desembarcado em Ankara algumas horas antes.
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Atualização 02/06, 20h: A ativista judia Hedy Epstein, que escapou de Auschwitz, pretende embarcar no barco irlandês que está se dirigindo a Gaza para tentar furar o bloqueio israelense. À bordo estão dez ativistas irlandeses, entre eles o prêmio Nobel da Paz Mairead Maguire. Hedy Epstein, de 85 anos, fez greve de fome no final de dezembro de 2009 pela abertura da fronteira de Rafah, entre o Egipto e Gaza, fechada desde meados de 2007 e que só abre ocasionalmente por razões humanitárias, como a autorizada ontem pelo presidente egípcio.
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Atualização 02/06, 22h30: Todos os 634 ativistas desembarcaram em Istambul, Turquia, agora à noite. Entre eles a cineasta brasileira Iara Lee e o jornalista espanhol David Segarra, correspondente da TeleSUR que desmentiu a presença de armas à bordo da Flotilla. Desembarcaram também os corpos dos nove ativistas assassinados e em torno de 50 feridos, que chegaram em aviões hospitais. Jornalistas australianos relatam abusos sofridos.
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Atualização 03/06, 5h45: Confirmados os nove mortos, legistas da Turquia concluíram que todos eram cidadãos turcos e morreram em decorrência de tiros que levaram. Há notícias de que mais dois navios, além do irlandês, partiram com ajuda humanitária em direção à Gaza.
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Mais informações sobre a Flotilla da Liberdade e o bloqueio israelense à Gaza, acompanhe pelo site da TeleSUR.
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Oriente Médio: Novo ataque a Gaza no horizonte

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Mel Frykberg
Revista Fórum
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Ramala, 21/1/2010 – Um novo ataque do Exército de Israel contra a Faixa de Gaza é iminente e seria ainda mais brutal do que a operação Chumbo Derretido do ano passado, alertam fontes israelenses e palestinas. A pergunta é se a nova agressão mudará algo e se as causas que levaram à sangrenta guerra há um ano deixaram de existir. Na última semana, as forças de defesa israelenses realizaram uma série de incursões terrestres e aéreas que deixaram cinco palestinos mortos, três deles membros confirmados da organização extremista Jihad Islâmica, e vários feridos.

Estas ações provocaram novos lançamentos de foguetes contra Israel a partir dos territórios palestinos. Trata-se da maior escalada da violência entre esse país e a resistência palestina desde a operação Chumbo Derretido. O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, advertiu publicamente a organização islâmica Hamas para “ter cuidado”. Por sua vez, Jalid Al Batsch, líder da Jihad Islâmica, divulgou uma declaração em Gaza afirmando que “o ataque israelense indica claramente que Israel se prepara para uma grande operação militar na Faixa e busca apoio internacional para sua agressão por meios políticos e com campanhas na imprensa”.

“A contagem regressiva para a segunda guerra de Gaza começou”, afirmou o colunista e analista israelense Bradley Burston no jornal israelense Haaretz. “Outra guerra de Gaza não seria apenas fatal para o que resta da credibilidade moral de Israel, mas também enfraqueceria e paralisaria as ofensivas político-militares do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Iraque, Afeganistão e, mais abaixo da colina, Iêmen, prevê Burston. Sua especulação se baseia em recentes declarações e análises de altas fontes militares de Israel, que haviam feito comentários semelhantes antes do ataque a Gaza, em janeiro de 2009, segundo o jornalista.

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Comboio humanitário em Gaza

cartuns de Latuff no comboio humanitário em Gaza

Na faixa de Gaza, os carros do comboio humanitário usam as imagens do cartunista brasileiro Carlos Latuff. Como bem observou Conceição Oliveira, “é realmente impressionante como Latuff tem reconhecimento mundial em todos os espaços em que as pessoas estão unidas para lutar contra as injustiças”.


Israel prende coordenador da campanha “Stop the Wall”

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Agência Carta Maior
Redação
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Jamal Juma, coordenador da Campanha Stop the Wall, no FSM em Belém em janeiro de 2009 (Foto de Eduardo Seidl)

O governo de Israel prendeu, dia 16 de dezembro, Jamal Juma, coordenador da Campanha Stop the Wall, que luta pela derrubada do muro construído no meio do território palestino. Segundo informações do site da campanha, militares israelenses convocaram Juma para um interrogatório à meia-noite do dia 15 de dezembro. Horas depois, levaram-no de volta para sua casa. Juma foi mantido algemado, sob os olhos da esposa dos três filhos pequenos, enquanto soldados revistaram sua casa durante duas horas. Na saída, os soldados disseram a esposa de Juma que ela só voltaria a ver o marido quando houvesse uma troca de prisioneiros. Desde então, Juma permanece preso e proibido de falar com um advogado ou com a família, sem nenhuma explicação oficial para a sua prisão, denuncia a Stop the Wall.

Jamal, de 47 anos, nasceu em Jerusalém e dedicou a sua vida à defesa dos direitos humanos dos palestinos. Ele esteve este ano no Brasil, participando do Fórum Social Mundial, em Belém. Na ocasião, defendeu o boicote econômico a Israel como uma das armas prioritárias para defender os direitos do povo palestino. O foco principal do trabalho de Jamal é a capacitação das comunidades locais para defenderem os seus direitos em face de violações provocadas pela ocupação israelense. Ele é membro fundador de várias ONGs palestinas e redes da sociedade civil. Também é coordenador da Palestina Grassroots Anti-Apartheid Wall Campaign desde 2002. É muito respeitado pelo seu trabalho e foi convidado para numerosas conferências de entidades e da ONU.

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Sobrevivente do Holocausto em greve de fome por Gaza

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Agência EFE
Cairo
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Hedy Epstein, uma norte-americana de 85 anos, participa no Cairo do protesto contra a decisão do governo de Mubarak de impedir a entrada de auxílio ao território palestiniano. “Chega um momento na vida em que é preciso dar um passo extraordinário”, diz.

A veterana activista, cujos pais morreram no campo de concentração de Auschwitz em 1942, diz que com o seu gesto quer pressionar o governo egípcio “que está a impedir que 1.400 pessoas de 42 países entrem em Gaza”.

Hedy Epstein iniciou a greve de fome em frente à sede da ONU na capital egípcia. A activista norte-americana faz parte de uma iniciativa internacional na qual participam mais de 1.400 activistas de todo o mundo, que querem chegar a Gaza pelo Egipto para prestar solidariedade à população palestiniana a um ano do ataque israelita.

“Só queremos entrar em Gaza e dizer às pessoas que ali vivem: ‘Não estão sós, há pessoas que estão longe das famílias para estar convosco e fazer-vos saber que pensam em vós e vos apoiam”, diz.

Os activistas querem também levar ajuda médica e material escolar, e participar no dia 31 de Dezembro de uma marcha de solidariedade com o povo palestiniano e de denúncia do bloqueio que Israel, com o apoio do Egipto, tem imposto ao território ocupado.

A fronteira de Rafah, entre o Egipto e Gaza, está fechada desde meados de 2007 e só abre ocasionalmente por razões humanitárias.

(notícia divulgada em 28/12/2009)