Estou devendo este post há quase dois meses e antes que o assunto caia de moda… (he – he – he)
Ao texto:
Tudo começou em janeiro deste ano, em Toronto, durante uma palestra sobre segurança para a comunidade, um policial sugeriu que mulheres devem evitar se vestir como “piranhas” para não serem agredidas sexualmente. Ou como sluts, em inglês. A reação foi forte e generalizada, gerando a Slut Walk ou Marcha das Vadias, uma passeata defendendo o direito das mulheres de se vestirem como quiser e não serem atacadas por qualquer homem descontrolado nas ruas.
As Slut Walks se espalharam pelo mundo. No Brasil elas aconteceram nas principais capitais e neste post das Blogueiras Feministas tem o registro do protesto em São Paulo. Tive a sorte de estar em Brasília quando a capital federal realizou a sua Slut Walk e aí…, vocês sabem, ativista comunista feminista marchando em meio a outras ativistas comunistas (algumas nem tanto ou nada comunistas) feministas, acabou que algo me chamou muito a atenção. E não foram os cartazes ótimos e nem as palavras de ordem e nem o fato da marcha acontecer com o sol à pino e de vez em quando o pessoal parar de marchar para ficar gritando e pulando. Foi justamente o que ninguém esperaria de uma ativista comunista feminista: os modelitos Slut Walk.
Então, quem esperava um artigo feminista, essa é a hora de correr em direção a montanha mais próxima ou mudarem de canal, digo, de página. Sim, senhoras e senhores, este será um editorial de moda da Marcha das Vadias. Preparados? Ironia mode on? Voilà!

abram alas para minha lata de coca cola, minha meia arrastão, minha bota e meu sorriso desfilando na sua cara!

olhem como sou despojada no meu vestidinho tomara-que-caia baloné-retrô-demodê-anos80 xadrez, faixa e sapatilha!

as repousantes ondas azuis do meu vestido-bata para marear meu ratinho, digo, meu cãozinho e disfarçar minha dondoquice
E para terminar, a Madrasta do Texto Ruim…

vadia e bruxa de 'cathiguria', chique no melhor estilo eu-tô-arrasando-além-do-ideológico, pobralhada, com minha bolsa falsificação legítima (tô bege até agora)
Queriam um editorial de moda pra valer? Não deu, né? Ainda mais que não teve um mísero e simples vermelhinho combativo (minha opção marxista subversiva para substituir o indefectível pretinho básico). Conseguem imaginar que em meio a tantas vadias nenhuma tenha escolhido um vestido vermelho? Affff…
ps: Cês acham que já posso pleitear uma vaga como jornalista de moda? Melhor não, né? Tá.
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Fotos by Niara de Oliveira com a câmera da Amanda Vieira.
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