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A esquerda e as eleições 2014

Oi. Vocês vêm sempre aqui? Pois, é. Nem eu. Só venho quando estou sufocando pelas palavras. Então, segue mais uma análise política, das minhas, em tom de desabafo, meio visceral. #TejeAvisado

luta

Tá osso aturar os debates políticos dessa eleição, estão infinitamente piores e mais rasteiros que os de 2010. Mas como tem muita gente próxima falando em patrulha e sobre a existência de cagação de regra sobre ser ou não esquerda e sobre quem é esquerda em contrapartida com suas opções eleitorais manifestas, se fazem necessários alguns esclarecimentos.

Define-se politicamente como esquerda quem é anticapitalista. Ponto. Infelizmente não é necessário nada além disso, nem ser antimachista como gostariam as feministas de esquerda, nem antirracista como gostariam os negros e negras de esquerda, nem a luta por direitos humanos e anti-homotransfobia como gostariam LGBTs e nem mesmo marxista, como gostariam os marxistas ortodoxos. Sim, os marxistas ortodoxos seriam os únicos que lamentariam, porque para os marxistas no geral basta ser anticapitalista e estar organizado na luta pela libertação do proletariado.

Particularmente gostaria que ser antimachista, antirracista e anti-homotransfobia E marxista fosse condição para ser esquerda. Seria tudo bem mais fácil. Mas não é, então bóra seguir na luta pela conscientização dos anticapitalistas que não existe secundarização ou hierarquização de lutas e se travarmos as lutas todas paralelamente engrossa mais o caldo e mais forte seremos para derrotar o capital. Afinal, o capital se estrutura em opressões — a opressão de uma classe sobre outra, de uma raça sobre outras, de um gênero sobre outros.

Ser anticapitalista já é coisa pra caralho! Significa ser contra o neoliberalismo, contra neodesenvolvimentismo que está acabando com as chances de sobrevivência no planeta (embora a experiência soviética tenha sido e seja considerada ainda como anticapitalista), a favor da reforma agrária (embora essa seja uma bandeira tradicionalmente liberal e social-democrata), estar do lado dos trabalhadores em suas lutas e organizações, contra a globalização da economia, contra a especulação financeira, contra banqueiros, contra o agronegócio, contra a matança do povo negro, contra o trabalho escravo… e por aí vai.

Significa, portanto, que ser esquerda te coloca fatalmente contra as governos e candidaturas que defendam ou estejam aliados com o capital, os empresários, o agronegócio e que não falem em reforma agrária. De modos que, no cenário de 2014 sobram poucas opções.

Tenho vários amigos que ainda defendem Dilma e o PT, amigos que gostam (desde 2010) e apostam em Marina, amigos que votarão nas poucas opções de esquerda — Luciana, Iasi, Zé Maria ou Pimenta — no primeiro turno e anularão no segundo turno, amigos que aguardarão a decisão do seu partido no segundo turno e a seguirão (sim, isso ainda existe), amigos que anularão nos dois turnos e amigos que como eu sequer irão às urnas. Respeito todos tanto quanto respeito o meu direito de me abster conscientemente do processo. Felizmente não tenho amigos que votarão em Aécio, porque aí já seria vandalismo. Mas tenho amigos que votarão em Eduardo Jorge, e, não, o PV não é anticapitalista, embora o candidato seja doidão, engraçado, divertido e tals.

Qual é o problema, então? O problema amigues é ser esquerda — não apenas os partidos, sindicatos e outras entidades, mas principalmente as pessoas que compõem essas organizações –, ativista, influenciar pessoas a sua volta com sua opinião/posição (sou do tempo, nem tão distante assim, em que as pessoas esperavam seus expoentes mais próximos tomarem partido desse ou daquele candidato para saberem/decidirem para lado iriam) e defender irresponsavelmente uma candidatura de direita, neoliberal. Isso confunde os trabalhadores e demais oprimidos induzindo-os ao erro de acreditar em quem não está comprometido com suas lutas e libertação. É grave. Considero além de omisso e covarde, canalhice. A esquerda não tem esse direito, salvo o faça também enganada. Não é o caso. Há informações de sobra e o quadro é mais cristalino que água pura.

Não se trata de patrulha do pensamento ou do voto de ninguém. Trata-se de cobrar a responsabilidade que a esquerda tem nesse processo. Quer apoiar neoliberal que vai ferrar com o ambiente, vai continuar não fazendo a reforma agrária e manterá os mais miseráveis amarrados com uma esmola que não garante condições dignas de vida e nem cidadania plena a ninguém, nem fará uma revolução na educação e muito menos dará acesso pleno à saúde a todos? Beleza, amigue. É teu direito. Só não se diga mais de esquerda porque não és. Cantar essa pedra não é patrulhar ninguém, é só dizer a verdade, o que estou fazendo questão nesse momento.

Não tenho ilusão alguma que votar no Pimenta, Luciana, Zé Maria ou Iasi e/ou ainda anular ou se abster vá alterar a conjuntura eleitoral. Desculpa, mas estou cagando pra isso. Não me sinto responsável pela escolha errada dos outros. O que considero um erro irreparável para a esquerda é matar o seu capital, o seu alimento — a confiança da classe trabalhadora e demais oprimidos. Porque o esquecimento do brasileiro só se dá com quem é distante, com o deputado ou senador em que votou, mas ele não se repete com a pessoa próxima que o convenceu/induziu/influenciou a votar no político canalha que esqueceu as promessas que fez. O capital da esquerda é a confiança que tem os oprimidos que ela estará sempre firme em sua defesa, incansável, perene, persistente.

Bater no peito reivindicando o direito pessoal e inalienável do voto é bem fácil quando quem pagará a conta pela sua escolha errada serão os mesmos de sempre, inclusive o ambiente que perde sua capacidade de autorrecuperação a cada dia e caminha para o inevitável. Mais do que isso, é uma opção ideológica. E é com isso que estou me debatendo.

Dizer isso não é eu definir quem é esquerda (essa definição já existe), é apontar a contradição e cobrar a responsabilidade que temos. Não ouso apontar nenhuma candidatura para quem se influencia por minhas opiniões e posturas porque não acredito no processo, nessa democracia de apertar botãozinho numa urna duas vezes a cada dois anos e ajo de acordo com a minha consciência.

Minha tarefa nessa eleição enquanto esquerda é denunciar as candidaturas de direita e neoliberais. Critico o que tenho que criticar nas candidaturas de esquerda, mas JAMAIS me verão batendo ou desqualificando uma candidatura de esquerda para favorecer uma de direita. Não me importo se minha posição não influencia no resultado final da eleição, porque política é bem mais que eleição e a luta de classes se dá é no dia a dia.

Desde o ano passado que penso e falo em voltar a me organizar num partido, e esse desejo vem da constatação da luta política estar cada vez mais desigual e injusta para os trabalhadores, que contam com cada vez menos camaradas de fé em sua defesa. Não sei se encontrarei um partido que me contemple, só sei que é preciso organizar a luta para enfrentar o capital — o protagonista e o grande vencedor dessa disputa eleitoral, da qual a única certeza que tenho é já estar na oposição. #BeijoMeUnfola

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O Gilson também escreveu a respeito hoje.


Sobre a indiferença e o escárnio

Escrevo e falo sempre que posso sobre o meu estranhamento à “democracia” brasileira. Tanto que só consigo escrever a palavra me referindo ao Brasil assim, entre aspas. E o estranhamento está em perceber o quanto o Estado brasileiro permanece repressivo e tolhedor de direitos. Sei que é apenas para alguns, mas na ditadura militar e em outras antes também o era. Numa conversa com amigxs queridxs das minhas redes sociais (ou plataformas digitais), falávamos dos sinais que evidenciam que estamos cada dia mais distante da democracia porque os direitos e a liberdade de alguns foram suprimidos, e o quanto é difícil falar a respeito disso com quem se sente distante (talvez acima) e diferente desses. Essa conversa me fez lembrar do início de um poema do Brecht, Intertexto:

“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei.
Agora estão me levando.
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”

Antes dele, a mesma concepção, a indiferença diante da escalada do autoritarismo, estava no “E Não Sobrou Ninguém” de Vladimir Maiakovski, que originou o poema “No caminho, com Maiakovski” de Eduardo Alves da Costa. Alves da Costa, niteroiense, escreveu seu poema no final da década de 60, no período mais duro e sombrio da ditadura militar e por isso voltou como um ato de resistência na campanha “Diretas Já” em 84, quando um trecho (atribuído à Maiakovski) foi amplamente difundido em camisetas e panfletos:

“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”

Foi o poema de Maiakovski que também originou o sermão do pastor luterano Martin Niemöller na Alemanha nazista:

“Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse”

E depois desses surgiram várias versões e corruptelas.

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Daí que a conversa de ontem sobre a indiferença diante da escalada do autoritarismo, inspirou o amigo Paulo Candido a escrever uma versão atualizada do poema do Maiakovski e do Brecht tudo-junto-misturado, que é razão desse post e vai além da indiferença e trata também do escárnio que nasce de tanta indiferença. Confiram:

indiferença

Primeiro eles jogaram o Rafael no presídio e esquecerem ele lá.
Eu não me importei, 
porque que porra um morador de rua estava fazendo com desinfetante, eles não gostam de chafurdar na sujeira??

Depois eles mataram o Amarildo e sumiram com o corpo.
Eu estava pouco ligando, 
porque afinal, se você mora na favela devia saber que não é para mexer com a polícia.

Daí eles puseram o japonês e o cara de saia na cadeia com flagrante falso e provas forjadas.
Eu não estava nem aí,
porque, cara, homem de saia de saia é tudo viado 
e japonês baderneiro nem devia ter, né? Só no Brasil mesmo.

Aí eles prenderam ilegalmente a tal Sininho, um monte de professores, uns moleques adolescentes.
Eu nem quis saber,
Bando de black blocs, tem que arder no inferno.

Então eles acabaram com essa coisa de manifestação, cercaram os vagabundos e desceram porrada.
Eu aplaudi de pé,
Cansei dessa gente atrapalhando o trânsito e quebrando vitrine quando eu quero voltar para casa.

Outro dia disseram que eu não podia mais que votar.
Eu fiquei feliz da vida,
Já aluguei a casa na praia para o feriadão, mas nem sei se ainda é feriado, preciso ver isso aí.

De vez em quando eles pegam um vizinho ou um colega de trabalho e eles não voltam mais.
Eu acho massa, 
menos barulho no prédio e menos concorrência na firma.

Outro dia levaram meu filho mais velho, estava na rua depois das nove.
O idiota tinha sido avisado, e é uma a boca a menos para alimentar, 
vamos poder ir para a Europa no fim do ano.

Minha mulher disse que tem uns caras na porta perguntando por mim.
Troquei de roupa e disse para ela seguir a vida,
Afinal, alguma coisa eu devo ter feito e é tudo pelo bem do Brasil.

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Justiça ampla, geral e irrestrita

Tenho usado pouco esse espaço e quase nem me reivindico mais blogueira. Só apareço em duas ocasiões: quando a luta exige e quando meu sangue ferve e preciso desabafar escrevendo. Aí que hoje essas duas coisas se fundiram.

Ninguém sabe, mas o jornalista Mário Magalhães —  excelente repórter e hoje famoso pela também excelente biografia de Carlos Marighella — a quem admiro muito, foi fundamental num período crucial da minha vida. Eu, tentando juntar meus cacos e sem saber se conseguiria, tentando retomar minha vida profissional e me aparece o Mário num imeiu tecendo elogios e críticas ao meu trabalho na época, de uma forma tão terna e respeitosa que me comoveu. Ficamos amigos, e muito me honra essa amizade.

O leio quase diariamente e quase sempre concordo e divulgo seus textos e opiniões. Se não concordo com tudo, entendo e sou solidária ao seu ponto de vista, porque é antes de tudo honesto, sério e isento. Entendo demais seu texto indignado de hoje sobre a morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade, no qual pede justiça. Leia aqui o texto completo. Mas, preciso discordar. Não do pedido de justiça, claro, mas de algumas ponderações.

Diz o Mário: “Não há legitimidade nos ataques armados aos policiais. O Brasil não vive uma ditadura. É legítimo recorrer às armas contra tiranias, como reconhecem teólogos relevantes. Por mais injusto que o país seja, a ditadura acabou na década de 1980. Jornalistas, como Vladimir Herzog, foram mortos na luta pela democracia.

Não vivemos uma ditadura, fato. Oficialmente, não. É pior. Vivemos uma democracia que permite tortura, assassinato político, desaparecimento de cidadãos sob a tutela do Estado. Nessa democracia temos uma das polícias que mais mata no mundo, 5 cidadãos por dia no que sordidamente convencionaram chamar de “em confronto com a polícia”. Nessa democracia, só no estado do Rio de Janeiro foram assassinadas dez mil pessoas em dez anos. Nessa nossa democracia seis jornalistas foram assassinados em 2013, nos elevando a condição de país mais perigoso da América Latina para o exercício dessa profissão. Mais: lideramos o ranking da impunidade pela morte desses jornalistas.

O repórter cinematográfico Santiago Andrade foi assassinado, e eu lamento muito por sua vida perdida. Porque sei que após a Globo destroçar seu cadáver ele será esquecido e sua morte ficará impune — se é que não será justiçado de forma equivocada, como está parecendo que será. Não dá para chamar de acidente ou incidente. É como a morte de ciclistas o trânsito, não é acidente, é previsível e sabendo disso e não prevenindo se torna assassinato. Simples assim. 

O que não dá é para descontextualizar sua morte. O Santiago morreu em meio a ação irresponsável da PM, que não tem o menor preparo para manifestações, de qualquer natureza. Agem como trogloditas. Se a ordem é dispersar — e a ordem é sempre dispersar. Porque nessa nossa democracia é proibido, não oficialmente mas na prática, se manifestar publicamente — dane-se a população que está na rua.

A mesma ação desastrada da PM no dia em que Santiago foi ferido matou o vendedor ambulante Tasman Amaral Accioly que tentando fugir das bombas de efeito moral foi atropelado violentamente por um ônibus na Presidente Vargas, em frente a Central do Brasil e não mereceu nenhuma linha da imprensa. Mais um, quase anônimo, também vai ficar impune. A PM chegou a disparar bombas DENTRO da Central. E não estamos falando de UMA ação desastrada onde se perdeu o controle, mas TODAS. Só não teve violência quando a PM não compareceu ou não agiu.

80% de toda a violência praticada contra a imprensa carioca nos atos de maio a outubro de 2013 partiram da PM, segundo o relatório do SindJor-RJ.

Ser jornalista não nos confere nenhum privilégio. Nossa vida tem o mesmo valor que qualquer outra vida. E mesmo achando que ações ou reações violentas não constroem nada também sei que em alguns momentos é preciso enfiar o pé na porta, principalmente diante de uma polícia que tortura, mata e desaparece em plena democracia e em nome do Estado. É nesse contexto que eu não me sinto à vontade para desqualificar ou criminalizar uma tática que pode até errar, mas que evitou que muitas pessoas fossem agredidas pela polícia, vide os atos durante a greve dos professores municipais e estaduais em outubro. Eu posso até não levantar a voz para defender os Black Bloc, mas enquanto eles tiverem uma postura anticapitalista jamais os condenarei.

Não descontextualizar quer dizer também observar que a investigação do caso caminha para a montagem de uma farsa baseadas em suposições, em disse-me-disse, que desrespeitam a vida e tripudiam sobre o cadáver de Santiago. Querer justiça ao Santiago passa por querer uma investigação honesta e criteriosa sobre as condições de sua morte. E eu quero justiça ao Santiago tanto quanto quero justiça à Gleise Nana, ao Fernandão, ao ambulante Tasman Amaral Acciolyaos 13 assassinados da Favela da Maré e a todos os jornalistas agredidos — muitos que só não morreram por um golpe de sorte (estou citando apenas alguns dos casos do Rio de Janeiro; existem outros Brasil afora). Quero justiça também ao Rafael Braga Vieira, morador de rua CON-DE-NA-DO a cinco anos de reclusão por porte de pinho sol, injustamente — o único preso dos protestos de junho.

Quero justiça ampla, geral e irrestrita. 


Liberdade de expressão e os Y’s cubanos

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Ultimamente o tema liberdade de expressão tem estado presente de diversas formas e em diversos momentos, sempre acompanhado da intolerância quase como o feijão está para o arroz.

Em qualquer discussão onde se invoque o direito à livre expressão, há sempre o contra-argumento implícito, nas entrelinhas, sobre a qualidade, teor do que será expressado. Ou seja, dependendo do que se tem a dizer, pode ou não ter o direito de manifestar-se. Parece absurdo, mas é mais comum do que eu mesma imaginava e gostaria que fosse.

Não sou sou ingênua a ponto de querer dar voz, pelo menos no meu espaço, para aqueles que já tem mais voz do que a maioria. Isso é uma opção. Ao mesmo tempo, é minha obrigação profissional, mesmo com viés ideológico – e todos nós temos esse viés, até mesmo os que juram não ter -, de mostrar, no mínimo, dois lados de uma situação. Senão para ser justa – humanamente impossível de conseguir o tempo todo, mesmo sendo vigilante -, mas pelo menos para situar melhor as pessoas que frequentam esse espaço e me dão ouvidos.

Recentemente reproduzi uma reportagem da BBC Brasil sobre a blogueira cubana Yoani Sánchez, quando da entrevista concedida a ela por Barak Obama. Ao final comentei que no Twitter seguia a ela, Yoani, e também a Yohandry Fontana, jornalista e médico cubano defensor da revolução.

Como o debate entre os Y’s é realmente interessante, ocorreu-me a ideia de entrevistá-los sobre a atual situação de Cuba, suas visões políticas e os rumos futuros da ilha – mais ou menos como a própria Yoani fez quando  mandou sete perguntas iguais a Obama e a Raúl Castro. Yohandry Fontana já aceitou responder minhas perguntas e continuo aguardando a resposta de Yoani Sánchez.

Como prévia à entrevista que pretendo fazer em breve com os Y’s cubanos deixo dois artigos. Um de Frei Betto, evidenciando o que ele chama de contradições de Yoani, e outro de Leandro Beguoci, publicado no site de Marcos Rolim, evidenciando por sua vez as contradições de Frei Betto a respeito da blogueira cubana. Os dois textos, muito bem escritos, expressam claramente as duas vertentes da blogosfera sobre Cuba, Yoani e essa tal liberdade de expressão.

Boa leitura e aguardem as entrevistas.

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Frei Betto, Yoani Sánchez e o Copyright, por Leandro Beguoci (site de Marcos Rolim)
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