

Sinopse
Nós que aqui estamos, por vós esperamos
Dia desses alguém me lembrou dessa música, “Falling Slowly”, que me lembrou do filme do qual é tema, “Once”, e sobre o qual já havia resenhado. Acabei baixando-o para assisti-lo de novo e de novo me encantei com sua beleza e simplicidade. Acabei baixando também a trilha sonora.
O filme é a história de uma amizade que nasce do acaso e navega por notas musicais. Ele é um talentoso músico que ganha a vida com seu violão nas ruas de Dublin, Irlanda. Ela, uma imigrante tcheca que anda pelas mesmas ruas, vendendo rosas para sustentar sua filha. Ele se sente inseguro para apresentar suas próprias canções e ela tem a música apenas como hobby. Eles se encontram por acaso e a paixão pela música os leva a viver uma experiência inesquecível. Aos poucos percebem que tem material para formar uma banda e gravar um disco. Pouco diálogo e muita sutileza, onde quase tudo é dito através das músicas.
O projeto do filme nasceu em 2005, em concerto do The Frames. O diretor, John Carney, encomendou ao líder da banda algumas canções para desenvolver o projeto. O resultado foi um roteiro de 60 páginas e 10 canções inéditas, incluindo “Falling Slowly”, vencedora do Oscar de Melhor Canção Original de 2008.
Bob Dylan gostou tanto de Once que convidou Glen Hansard e Markéta Irglová (protagonistas e compositores) a fazerem o show de abertura em parte de uma turnê mundial.
Uma pequena e independente produção irlandesa, com um orçamento de apenas 150 mil dólares, que ganhou o mundo no boca a boca e desbancou grandes produções. Ainda hoje é pouco conhecido, mas é um dos melhores filmes que já assisti tendo a música como tema central. Especialíssimo! (Drama, 85 min)
Ontem à noite revi pela décima vez (acho) Butch Cassidy and the Sundance Kid, clássico do faroeste de 1969, com Paul Newman e Robert Redford. É deste filme a famosa cena do Newman andando de bicleta com Katharine Ross e depois fazendo piruetas ao som de “Raindrops Keep Falling on My Head” de B. J. Thomas, a música mais chiclete que já ouvi na vida. Certamente vou passar a semana inteira cantarolando-a. Mas se clicares no vídeo abaixo para assistir, não ficarei sozinha. Ela grudará na tua cabeça também!
(E cá entre nós, o Paul Newman está lindo na cena em que encara o touro e lhe atira um beijinho)
Essa madrugada revi pela 479ª vez as cenas finais de “Diários de Motocicleta”, de Walter Salles. É claro que gosto do filme, não apenas por contar um pedaço menos conhecido da vida do Che, mas pela tamanha sensibilidade com que foi contada.
Perceber os momentos em que a lendária figura do guerrilheiro foi sendo talhada pelas injustiças sociais do continente é especial. Mas as cenas finais, a despedida do ainda “Fuser” do amigo Alberto Granado, a imagem atual de Granado na mesma base em Caracas (última cena do filme) de onde se despediu do amigo e que só reencontraria já como o Comandante Che, emocionam muito. Sobretudo as imagens – como que posadas para fotos – dos figurantes, tipos caracteristicamente latinoamericanos, sofridos, provavelmente muito parecidos com os vistos pelo jovem Ernesto e que marcaram sua alma, são para mim inquietantes. Falam diretamente à minha noção de identidade latina e de classe. Sensação de pertencimento, única.
342 filmes em sete minutos, uma excelente edição e temos a retrospectiva do que foi produzido pelas maiores companhias cinematográficas do mundo em 2009.
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Na Argentina de 1980, Jorge (Ricardo Darín) é um jornalista que escreve contos românticos para uma revista. Ele é talentoso, uma promessa literária, mas receoso demais em mergulhar de vez no mundo da literatura. Numa noite tempestuosa, Jorge encontra Laura (Soledad Villamill), uma atriz que ganha a vida como garçonete, e fica fascinado ao vê-la na chuva. A seguir, ele assiste a um curta-metragem adaptado de um de seus contos onde Laura é a protagonista.
Eles se aproximam e vivem um romance durante um ano e meio. O namoro dos dois, que atravessa a Guerra das Malvinas, o fim da ditadura militar e o início do governo Alfonsín, se desgasta pela infidelidade dele e é rompido. No final dos anos 90, Jorge é um crítico de arte desiludido, corrompido, e Laura uma bem-sucedida produtora cultural e – como o próprio nome do filme entrega – eles se reencontram.
O roteiro acompanha a história dos protagonistas por vinte anos e vai mostrando com extrema habilidade as transformações que os fatos sociais, fracassos e realizações fazem na história de cada um. Tanto personagens como situações são críveis demais e poderiam fazer parte da vida de qualquer pessoa. Esse é, talvez, o maior mérito do cineasta Juan José Campanella: fazer poesia do banal, do corriqueiro, e nos transportar para dentro de seus filmes.
Foi lançado no Brasil apenas em vídeo e depois do filme posterior do diretor, O Filho da Noiva, 2001. É o primeiro filme da parceria do diretor com Ricardo Darín, que rendeu uma espécie de trilogia urbana, juntamente com o especialíssimo O Filho da Noiva e Clube da Lua (2004).
El Mismo Amor, la Misma Lluvia é uma história de amor sem fantasias, que mais parece uma história que vivemos ou vimos acontecer. Não há como não se emocionar. Sensibilidade ímpar sem deixar de criticar os fatos da história recente da Argentina. No tom exato, sem carregar nas tintas.
Comédia romântica, 116 min.
Depois de dois dias lendo matérias, crônicas, artigos e reportagens – de todo naipe – sobre o filme que conta trajetória do presidente Lula, e que nenhum dos críticos assistiu ainda, vou cumprir o meu papel de jornalista e mostrar o outro lado. Mostrar também o que pensam a respeito do filme pessoas favoráveis à Lula. Segue então uma pequena avaliação de José Dirceu e uma entrevista com o produtor de “Lula, o Filho do Brasil”, Luiz Carlos Barreto.
Clique no cartaz - http://www.lulaofilhodobrasil.com.br/
Ainda falta mais de um mês para a estréia em circuito comercial nacional – dia 1º de janeiro – de “Lula, o Filho do Brasil”, e a mídia, que surtou já há um bom tempo a respeito (ainda antes de o filme estar concluído) continua enlouquecida em sua sanha contra a produção.
A Folha de S.Paulo chegou ao ponto de dedicar três páginas contra o filme, e não é na Ilustrada – seu caderno de arte, cultura e variedades – mas em seu caderno Brasil, o de noticiário de Política. Há trechos do material que são um verdadeiro amontoado de sandices.
Em uma das três páginas, cobra e relaciona trechos de “Lula, o Filho do Brasil”, o livro da jornalista e escritora Denise Paraná que serviu de roteiro para o filme e que foram excluídos da obra cinematográfica. Mas não estamos todos cansados de saber que um filme normalmente tem muito menos fatos, e sintetiza o que o inspirou e lhe serviu de roteiro? Se a Folha queria um roteiro e filme diferente, porque não os encaminhou ao produtor Luiz Carlos Barreto e ao diretor, seu filho Fábio?
Para situar vocês em relação ao filme e ao festival de ataques que recebe, entrevistei hoje o produtor Luiz Carlos Barreto. Leia abaixo:
Como você avalia a polêmica em torno de “Lula, o filho do Brasil”?Luiz Carlos Barreto – Como tudo no Brasil recentemente, as pessoas entraram numa polêmica precipitadamente. Não viram o filme e já pré-julgam, fazem uma censura prévia daquilo que ainda não conhecem. Nós fizemos apenas um filme, não um ato político.Na realidade, os que se opõem ao presidente Lula estão querendo politizar esse filme. Essa é uma postura precipitada e leviana. De qualquer forma, é o direito democrático de cada um, do livre arbítrio, de cometer atitudes como essa. Vamos em frente. Enfim, o povo brasileiro é que dará o veredicto. Nossa intenção é fazer com o que o filme chegue até ele, a um número máximo de brasileiros.O filme corresponde ao que vocês programaram inicialmente? Se você previsse a polêmica teria mudado o filme?Luiz Carlos Barreto – O filme é exatamente o que nós queríamos. É o que essa história extraordinária poderia render. “Lula, o Filho do Brasil” não é nada mais do que um exemplo de vida. É uma saga, conta sobre uma família que soube mudar o destino que lhe estava reservado.O nosso objetivo é mostrar como a persistência, a luta, a obstinação resulta em superação. É disso que trata esse filme: um exemplo de vida. Portanto, tenho certeza que milhões de brasileiros – e convido a todos para que prestigiem o filme – vão se identificar com essa história..Por que as empresas que bancaram a produção estão sendo tão criticadas neste caso, se já participaram de projetos idênticos sem que sofressem essa patrulha?Luiz Carlos Barreto – Se nós tivéssemos usado recursos incentivados, seríamos criticados. Buscamos uma alternativa neste caso, com as empresas, e também somos (criticados). Como nós não usamos dinheiro incentivado – aliás, havia todo um patrulhamento nesse sentido – resolveram atacar as empresas que tem relação de prestação de serviços com o governo.Ora, no Brasil, nenhuma empresa – da micro à multinacional – deixa de ter relações com o governo. Aqui e em qualquer país do mundo. Dizer que esta ou aquela, por ser empreiteira e tal… Elas são e vão continuar sendo empresas, sendo empreiteiras, existiam antes, existem agora, existirão depois do governo Lula, patrocinando, inclusive, outros filmes. Elas estarão aí..O presidente Lula já viu o filme?Luiz Carlos Barreto – Não. Sua mulher, dona Marisa Letícia, já viu semana passada, naquele avant première em Brasília. O presidente disse à imprensa que ela gostou. Lula irá vê-lo pela primeira vez neste sábado [amanhã, no Pavilhão Vera Cruz] em São Bernardo. Ele fez questão aguardar para ver o filme pronto..E os demais brasileiros quando verão “Lula, o Filho do Brasil”?Luiz Carlos Barreto – A partir de 1º de janeiro, nos cinemas, em circuito comercial.
Um tribunal da Suíça aceitou conceder liberdade sob pagamento de fiança ao diretor de cinema Roman Polanski, que está preso no país desde setembro, acusado de ter abusado sexualmente de uma menor nos Estados Unidos.
Reds, de 1981, é a cinebiografia do jornalista norte-americano John “Jack” Silas Reed (Warren Beatty), desde a época em que era repórter do periódico socialista The Masses no início do século XX, até a fundação do Partido Comunista dos Estados Unidos, incluindo sua vida amorosa com Louise Bryant (Diane Keaton).
Warren Beatty, considerado como um “esquerdista” americano, conhecido por suas produções e opiniões em Hollyood, produziu, dirigiu, atuou como protagonista e escreveu o roteiro de Reds juntamente com Trevor Griffiths, baseado no livro “Dez Dias Que Abalaram O Mundo”, de Reed, o mais fiel relato da Revolução Russa. Levou dois anos entre filmagem e montagem e conta ainda com Jack Nicholson, Gene Hackman, Mureen Stapleton e Paul Sorvino no elenco. Recebeu treze indicações ao Oscar e levou três estatuetas, incluindo Melhor Diretor para Warren Beatty.
Reed, que sempre foi tratado como espécie de herói na União Soviética, morreu em Moscou de tifo aos 44 anos. É o único estrangeiro enterrado com honras nas muralhas do Kremlim, ao lado do mausoléu de Lenin.
Esse filme é muito especial! Já perdi a conta de quantas vezes o assisti e, mesmo tendo três horas de duração, vale a pena cada minuto. Reds faz justiça à trajetória de John Reed, que sempre foi uma inspiração pelo empenho e paixão com que viveu suas convicções, e ainda tem sua interessante e conturbada relação com a feminista Louise Bryant. Inclui também críticas à burocratização, ao excessivo controle exercido pelo estado soviético e cerceamento da liberdade. Recomendadíssimo!
Drama, 181 min — Baixe esse filme daqui
Hoje comento na seção DVD Legal do Blog Amigos de Pelotas, o francês O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de 2001, já considerado um clássico. O cineasta Jean-Pierre Jeunet, de Delicatessen, consagra seu estilo gótico e surreal nesse filme de fotografia espetacular e intensamente multicolorido. Amélie é interpretada por Audrey Tautou, de O Código da Vinci e do novíssimo Coco Antes de Chanel – já em cartaz no Brasil.
Cena de Amélie com o cego:
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