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Hasta siempre, Che!

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Che Guevara, o militante revolucionário que se tornou símbolo da luta pelo socialismo na América Latina e no mundo, completa (porque permanece vivo) hoje, segunda-feira, 82 anos de nascimento.
Ernesto Guevara de la Serna nasceu oficialmente (*) em 14 de junho de 1928, em Rosário, na Argentina, e foi o primeiro dos cinco filhos de Ernesto Lynch e Celia de la Serna y Llosa. Nasceu argentino mas se tornou cidadão de todo este continente e, mesmo contra sua vontade, mito da luta revolucionária.
Minha homenagem em fotografia, versos, música, filme e discurso.
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A fotografia mais famosa do sec. XX, talvez de toda a História
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O famoso retrato de Che Guevara, intitulado Guerrillero Heróico, foi tirado por Alberto Korda em 5 de março de 1960 em Havana, Cuba durante um memorial dedicado às vítimas da explosão de La Coubre. A fotografia só foi publicada sete anos mais tarde. De acordo com Korda, Guevara demonstrava “imobilidade absoluta”, “raiva” e “dor” no momento em que a fotografia foi tirada e que seu retrato capturou todo “caráter, firmeza, estoicismo e determinação” que Guevara possuía. Guevara tinha 31 anos na época da fotografia.
De acordo com o Instituto-Faculdade de Arte de Maryland (Maryland Institute College of Art), o retrato de Guevara é “a mais famosa fotografia do mundo e um símbolo doséculo XX”. O Victoria and Albert Museum declarou ser “a imagem mais reproduzida da história da fotografia”. Jonathan Green, diretor do Museu de Fotografia da Universidade da Califórnia em Riverside, afirmou que “a imagem de Korda se transformou num idioma ao redor do mundo, se transformou num símbolo alfa-numérico, num hieróglifo, um símbolo instantâneo. Ela reaparece misteriosamente sempre que há um conflito. Não há nada na história que funcione desse jeito.”
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“Che Heróico” na versão em lego do artista plástico britânico Mike Stimpson


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O NASCEDOR
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Por que será que o Che
Tem este perigoso costume
De seguir sempre renascendo?
Quanto mais o insultam,
O manipulam
O atraiçoam
Mais ele renasce.
Ele é o mais renascedor de todos!
Não será por que Che
Dizia o que pensava e fazia o que dizia?
Não será por isso que segue sendo
tão extraordinário,
Num mundo onde palavras
e atos tão raramente se encontram?
E quando se encontram
raramente se saúdam
Por que não se reconhecem?
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Poema de Eduardo Galeano em homenagem Che.
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Hasta Siempre
Vienes quemando la brisa
con soles de primavera
para plantar la bandera
con la luz de tu sonrisa.
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Aquí se queda la clara,
la entrañable transparencia,
de tu querida presencia
Comandante Che Guevara.
(Soledad Bravo)
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Diários de Motocicleta
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O filme de Walter Salles relata o periodo menos conhecido da vida de Che, os momentos em que a lendária figura do guerrilheiro foi sendo talhada pelas injustiças sociais do continentes. Essas são as cenas finais do filme, a despedida do ainda “Fuser” do amigo Alberto Granado, e onde parece que Che já havia feito sua opção pelo povo oprimido.
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A fala do Comandante
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Esse discurso do Che, sobre organização da execução de projetos do governo cubano, dá uma ideia de sua personalidade e suas posturas.
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(*)  A biografia de Jon Lee Anderson registra o depoimento da mãe de Che, Celia Guevara, dizendo que sua data real de nascimento é 14 de maio, e que seu registro demorou propositalmente um mês em acordo com o marido porque ela teria casado grávida.
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Identidade

Essa madrugada revi pela 479ª vez as cenas finais de “Diários de Motocicleta”, de Walter Salles. É claro que gosto do filme, não apenas por contar um pedaço menos conhecido da vida do Che, mas pela tamanha sensibilidade com que foi contada.

Perceber os momentos em que a lendária figura do guerrilheiro foi sendo talhada pelas injustiças sociais do continente é especial. Mas as cenas finais, a despedida do ainda “Fuser” do amigo Alberto Granado, a imagem atual de Granado na mesma base em Caracas (última cena do filme) de onde se despediu do amigo e que só reencontraria já como o Comandante Che, emocionam muito. Sobretudo as imagens – como que posadas para fotos – dos figurantes, tipos caracteristicamente latinoamericanos, sofridos, provavelmente muito parecidos com os vistos pelo jovem Ernesto e que marcaram sua alma, são para mim inquietantes. Falam diretamente à minha noção de identidade latina e de classe. Sensação de pertencimento, única.

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