Para o Gilson.
Acho que tive sorte quando desembarquei no Rio de Janeiro. Vim pra cá na incerteza, sem saber direito o que fazer nem quanto tempo ficaria nem se ficaria. Não tinha nenhum alvo ou propósito. Não mirei, não atirei, não me atirei. Mas acertei.
Nessa cidade que me endurece a cada dia e onde estou há mais de um ano, encontrei um amor tranquilo, desses de calmaria que invadem devagar, que eu nem sabia que queria. Parceria de vida, nos planos, em sonhos de futuro, sonhos de mundo, mas principalmente parceria no dia a dia. Nem preciso dizer que ele tem uma enorme paciência comigo, que atura a oscilação do meu humor com persistência, e sei que não é por concessão.
E justamente por ser um parceiro de sonhos, não nos apegamos a datas comerciais ou cristãs nem trocamos presentes. Manifestamos nosso afeto em pequenas gentilezas e muitas grosserias, daquelas que só somos capazes diante de pessoas com quem nos sentimos completamente à vontade. E nos sentimos em casa um com o outro, um no outro. Casa-abrigo, casa-desconforto, casa-lar, casa-lar-ogro, casal ogro.
Apesar de não sermos um casal comum, mantemos algumas coisas de casal. Tipo ter uma música, uma canção que nos representa e nos canta, nos encanta. Cruzada, do Tavinho Moura e Márcio Borges se escolheu sozinha, nós apenas a reconhecemos. Então, segue a letra que traduz nossa parceria.
Antes clica no vídeo para ouvir essa lindeza.
Cruzada
Não quero andar sozinho por estas ruas Sei do perigo que nos rodeia pelos caminhos Não há sinal de sol, mas tudo me acalma No seu olhar
Não quero ter mais sangue morto nas veias Quero o abrigo do abraço que me incendeia Não há sinal de cais, mas tudo me acalma No seu olhar
Você parece comigo Nenhum senhor te acompanha Você também se dá um beijo, dá abrigo
Flor nas janelas da casa Olho no seu inimigo Você também se dá um beijo, dá abrigo Se dá um riso, dá um tiro
Não quero ter mais sangue morto nas veias Quero o abrigo do abraço que me incendeia Não há sinal de paz, mas tudo me acalma No seu olhar
Não quero ter mais sangue morto nas veias Quero o abrigo da sua estrela que me incendeia Não há sinal de sol, mas tudo me acalma No seu olhar
Se quiser continuar ouvindo Cruzada, aqui tem uma playlist com todas as versões que encontrei.
23 julho, 2013 at 3:38 PMjul
Bonitx!!!!
23 julho, 2013 at 3:38 PMjul
e eu, manteiga derretida que sou, só aguentei até o Beto Guedes na “playlist”. chorar é bom pr´almas.
10 agosto, 2013 at 3:38 AMago
🙂
15 abril, 2014 at 3:38 PMabr
[…] a última taça de vinho da noite ouvindo a nossa música, e entre sorrisos, beijos, tesão a certeza de que enfrentar as dificuldades e tristezas da vida é […]