Faz um certo tempo que me desconheço. Não me reconheço em ações e atitudes e nem mesmo na revolta, minha velha parceira da vida inteira. Será esse o lado bom da dor? Não falo da dor extrema que vem em contrações porque já sabe de antemão que o corpo não vai aguentar, mas àquela dor moto-perpétuo.
Há um ano, numa tarde muito fria (tipo 5ºC no máximo) e ensolarada, olhei meu filho dormindo, me debrucei sobre ele na cama, dei um longo beijo nele e saí quase que correndo porta afora antes que perdesse a coragem. Ainda não voltei. Os planos ainda não funcionaram. Nada ainda deu certo e não há um dia em que não me pergunte se darão, se valerá a pena… Certo mesmo só essa dor, que já fez morada. No dia em que ela for embora é capaz que sinta o vazio, o buraco no peito.
Já não me acho mais humana. Mutei. Virei uma outra coisa qualquer, sem nome, sem definição. De vez em quando me divirto, rio e até consigo relaxar. Mas acho graça e um tanto estranho se alguém me pergunta se estou feliz… Sobrevivo com um pedaço meu imenso longe de mim. Como seria possível a felicidade assim?
Para não ficar muito chata eu digo que aguento, que seguro as pontas, que só alguns dias é que são piores… A incrível arte de tentar mentir para si mesma, respirar fundo e tentar racionalizar a dor dizendo que será só por mais um dia. Não será. Mas, tomara que não demore muito.
Se alguém tiver algum alento não se acanhe em oferecer.
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Mais?
Dias de Mudança
Estranhamento
O amanhã colorido
Vapor de água
O caminho escolhido
6 julho, 2012 at 3:38 AMjul
Quando fazes esses desabafos, no geral, não deixo comentário porque não encontro palavras e porque não tem mesmo palavra alguma que se possa dizer que façam essa dor diminuir. Então, penso que é um momento teu e apenas leio. Mas choro contigo e apenas posso dizer, que nesse choro segue toda a minha solidariedade. Um beijo, querida
6 julho, 2012 at 3:38 AMjul
E o que ainda posso dizer é que, quanto mais (De)sumana, mais humana e melhor tu ficas e de forma mais linda ainda tu escreves.Será esse o preço?
6 julho, 2012 at 3:38 AMjul
Eu sou uma besta, sou chorona e fico emocionada com uma facilidade monstro, como agora ao ler o teu texto. Tô escrevendo com os olhos cheios d’água. Assim: a gente faz as escolhas, boas ou ruins, doídas ou não, mas necessárias no decorrer da nossa vida. Não sei te dizer sobre as tuas escolhas, mas certamente, foram feitas para, em algum momento, tu sentires alegria e paz, porque a nossa revolução é pra isso também. Porque, como disse o Che, ‘o verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor’. E assim que eu te vejo, embora enxergue também o teu esforço imenso para que isso não transpareça. Eu, amiga, sou míope, míope, mas, né, não sou cega. Queria poder agora te abraçar. E te dizer: segue o teu caminho, sem culpas, e sem esquecer que ele pode ser construído junto com o teu menino. Acho que dá pé, os dois são muito jovens, uma vida pela frente, e um muitão de papo pra botar em dia. Beijo grande!
6 julho, 2012 at 3:38 AMjul
um abraço serve?
8 julho, 2012 at 3:38 AMjul
Que sua dor seja breve. Que, em breve, ela tenha fim. Faço um desejo a estrela, espero que ela me escute. Vou ficar repetindo o versinho esperando que ele se torne realidade e faça essa dor passar. Um beijo e um abraço apertado. Força!
25 julho, 2012 at 3:38 PMjul
Você me comove, emociona e estranhamente me dá forças. Quando acho que não vou mais conseguir, venho AQUI. Adoro o que vc escreve, preciso do que vc escreve!
25 julho, 2012 at 3:38 PMjul
E o vento tá virando… tá virando…. olhaí….
UHU!!!!!!
Beijo enorme!
26 julho, 2012 at 3:38 AMjul
Poxa, Gi… Emocionei total aqui. 😥
Ganhei o dia, a semana, o mês. Obrigada! 🙂
26 julho, 2012 at 3:38 AMjul
Me lembraste que estou devendo contar aos leitores do Pimenta com Limão as boas novas. Farei isso em breve. 😉
Beijo!
26 julho, 2012 at 3:38 AMjul
Serve. Quero todos os abraços que tens pra mim. 🙂
26 julho, 2012 at 3:38 AMjul
Tomara que não perca a mão nos textos, Rejane, porque parece que minha sorte mudou. Aguarde as cenas dos próximos capítulos. 😉
26 julho, 2012 at 3:38 AMjul
Tô vendo uma esperança, Sílvia querida. E daqui de onde olho agora ela me parece tão linda… 🙂
Beijo!