Um povo forjado no tempo da discórdia e unido pelo vento

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Dia 24 — Sua série de livros favorita

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Sempre que penso em O Tempo e o Vento — ou O Vento e o Tempo, título original da obra — de Érico Veríssimo sinto o Minuano cortando no rosto, congelando os ossos no meio do pampa. Quem é gaúcho sabe do que estou falando. Quem não é, infelizmente, sequer consegue imaginar. O tempo corre diferente para esse povo forjado na disputa, na discórdia e na guerra, unido apenas por esse vento.

Os três livros da série relatam períodos diferentes da história do Rio Grande do Sul que vão de 1680 a 1945 envolvendo as famílias Terra, Cambará (que se unem) e Amaral, e além de romancear os conflitos que marcaram a trajetória do povo gaúcho e brasileiro, relata a origem de lendas como a Teiniaguá, o Negrinho do Pastoreio e o mito de Sepé Tiaraju, índio guerreiro do povo guarani.

“Uma geração vai, e outra geração vem; porém a terra para sempre permanece. E nasce o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar donde nasceu. O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo seus circuitos.” — Eclesiástes – 1: 4, 5, 6. (na abertura de O Tempo e o Vento)

O Continente

Narra a formação do Rio Grande do Sul através das famílias Terra, Cambará e Amaral. O ponto de partida é a chegada de uma mulher grávida na colônia dos jesuítas e índios nas Missões. Nasce Pedro Missioneiro, que depois de presenciar as lutas de Sepé Tiaraju através de visões e ver os portugueses e espanhóis dizimarem as Missões Jesuíticas conhece Ana Terra, filha dos paulistas de Sorocaba Henriqueta e Maneco Terra, donos de uma sesmaria na região do Rio Pardo. Ana Terra tem um filho com Pedro Missioneiro que é assassinado pelos irmãos de Ana. A fazenda é invadida por castelhanos, Ana consegue esconder o filho, a cunhada e a sobrinha, mas assiste ao assinato de toda família e é violentada. Ana Terra parte com o que restou da família para Santa Fé, onde se passa todo o resto da história.

Os sete capítulos de O continente (A Fonte, Ana Terra, Um Certo Capitão Rodrigo, A Teiniaguá, A Guerra, Ismália Caré e O Sobrado) contam a história da formação da elite riograndense, que culmina na Revolução Federalista de 1893/95, as disputas pela terra, a Revolução Farroupilha 1835/45 (declaração da República Riograndense e a separação do então Império) e ainda as Guerras do Paraguai 1864/70 e a Guerra do Prata (Argentina) 1851/52. Todas essas disputas e guerras marcaram definitivamente a vida e a identidade dos gaúchos que passaram a vida toda divididos, pelejando.

“O outro ficou um instante em silêncio, batendo a pedra do isqueiro para acender o cigarro que se apagara.
– Quem sabe?
– Não tem mais jeito. Qualquer dia temos que nos bandear pró outro lado do Uruguai.
Um grilo começou a cricrilar perto. Liroca tirou um toco de cigarro de trás da orelha, prendeu-o entre os dentes e, esquecido de acendê-lo, ficou olhando para o céu.
– Tomara que acabe duma vez esta revolução – suspirou.
– Por quê?
– Estou cansado de andar barbudo, piolhento, dormindo na chuva, acordando com geada na cara. Cansado de… – Calou-se de súbito.
– Mas é a guerra, Liroca.
Animado pela cachaça, que lhe dera um calor bom, Liroca continuou:
– Vivo com o estômago embrulhado. O cheiro de sangue e de defunto não me sai das ventas. Sinto-o na água, na comida, na mão, no vento, em tudo.
– É a guerra… – repetiu o outro.
– Mas é triste.
– Triste são os nossos companheiros degolados. Triste é o Gumercindo Saraiva morto.
Liroca tomou a colocar o toco de cigarro atrás da orelha. Estava mais calmo. A presença do companheiro lhe dava um certo conforto.
– Depois que o Gumercindo morreu tudo piorou. Ergueu-se com alguma relutância e apanhou a carabina.
– Bom, tenho de ir andando… – disse, sem nenhuma vontade de subir para seu posto.
O outro troçou:
– Tome mais um mate, compadre… Liroca tornou a suspirar:
– Muito mate tomei eu naquela casa.
– No Sobrado? – Casa de pica-pau…
– Os Cambarás são gente direita.
– Inimigo é inimigo. O chefe deles é quem diz: “Inimigo não se poupa”.
– O Licurgo é um bom homem.
– Todos eles são uns anjos. – Inocêncio deu uma palmada na coronha da arma. – Mas pergunta pra minha Comblain se ela gosta de caçar anjo.
Levantou-se também.
– Bom, Liroca, seja feliz. E dê lembranças pró calça-branca.
– Que calça-branca?
– O pica-pau que a noite passada se atreveu a sair do Sobrado e ir até o poço buscar água. O Bibilo estava na torre da igreja, viu aquela coisa
esbranquiçada, dormiu na pontaria e… pei! O bichinho testavilhou e caiu de bruços em cima da tampa do poço.
– Ficou lá?
– Ficou. De rabo pró ar. Está apodrecendo nessa posição. Dê lembranças pra ele.
Liroca estava chocado. Com morto não se brinca – achava ele. Até mesmo um republicano depois de morto deixa de ser um inimigo para ser apenas um defunto. E há qualquer coisa de sagrado nos defuntos.
– Olha aqui, Liroca – murmurou Inocêncio, aproximando-se do companheiro e soltando-lhe na cara o hálito de cachaça. – Tu vais ver como lá em cima da torre, sozinho, a gente fica com uma vontade danada de tocar sino. Sabes que noite é hoje?
– Não.
– Noite de São João.
– É mesmo?
– É. A noite mais comprida do ano. Toca sino, Liroca. A vila está que nem tapera. Anima a rapaziada, Liroca. Toca sino! É São João.
José Lírio não disse palavra. O outro fez meia-volta, deu alguns passos e, ao chegar à quina da igreja, voltou a cabeça para trás e disse:
– Agora vê só como é que procede um maragato de vergonha. Pôs a carabina a tiracolo e começou a atravessar a rua a passo calmo, como se estivesse acompanhando um enterro. No meio do caminho parou, bateu o isqueiro, tornou a acender o cigarro, tirou uma baforada e depois seguiu pachorrentamente seu caminho, desaparecendo por entre as árvores e as sombras da praça.
Dentro da igreja uma penumbra leitosa azulava o ar. Ao pé do altarmor tremeluzia a chama duma lamparina. Nos seus nichos as imagens dos santos pareciam guerreiros entocaiados, dormindo na pontaria. Liroca começou a andar pelo corredor, entre as duas carreiras de bancos. Levava a Comblain debaixo do poncho, como se quisesse escondê-la aos olhos de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade; caminhava encolhido, na ponta dos pés, olhando com o rabo dos olhos para os vultos dos santos, e com a desagradável impressão de que a qualquer momento ia ser baleado.
De súbito percebeu que estava de chapéu na cabeça. A Ia fresca! Deus me perdoe! Descobriu-se, rápido.
Entrou no batistério, levou instintivamente a mão à pia e fez o sinal da cruz. Ali ficava a escada que levava ao alto da torre. Liroca começou a subir os degraus devagarinho, e ao chegar ao campanário foi de novo envolvido pelo ar frio da noite. Tornou a botar o chapéu, aproximou-se de gatinhas do parapeito e espiou através duma das seteiras. Sentiu um aperto no coração: o Sobrado se achava agora tão perto, que se por um milagre Maria Valéria aparecesse à janela da água-furtada os dois poderiam ficar conversando sem precisarem altear muito a voz. Mas qual! Agora estava tudo perdido. O destino malvado o separara talvez para sempre da criatura que ele mais amava no mundo.
Maria Valéria simplesmente não simpatizava com ele, de agora em diante passaria a odiá-lo, pois nunca mais haveria de esquecer que José Lírio fora um dos sitiantes do Sobrado – era um maragato, um inimigo.”  (trecho de O Continente)

O Retrato

Início do século XX, o Rio Grande do Sul começa devagar seu lento processo de urbanização, mas a cultura predominante ainda é ditada pelo campo. Toda a história é marcada pelo contraste entre o Dr. Rodrigo Cambará (homônimo do capitão), médico formado em Porto Alegre de volta a Santa Fé com seus hábitos urbanos, em conflito com seu pai, Coronel Licurgo, ainda um homem do campo.

“Naquela tarde de princípios de novembro, o sudoeste que soprava sob os céus de Santa Fé punha inquietos os cata-ventos, as pandorgas, as nuvens e as gentes: fazia bater portas e janelas: arrebatava de cordas e cercas as roupas postas a secar nos quintais: erguia as saias das mulheres, desmanchava-lhes os cabelos: arremessava no ar o cisco e a poeira das ruas, dando à atmosfera uma certa aspereza e um agourento arrepio de fim de mundo.

Por volta das três horas, um funcionário da Prefeitura assomou à janela da repartição e olhou por um instante para as árvores agitadas da praça, exclamando: – Ooô tempinho brabo!
Num quintal próximo, recolhendo às tontas as roupas que o vento arrancara do coradouro e espalhara pelo chão, uma doma de casa resmungava: – É para um vivente ficar fora do juízo!”  (Abertura de O Retrato)

“Desde que chegara a Santa Fé, de volta do Angico, Rodrigo raramente se erguia da cama antes das nove da manhã. Esse hábito irritava Licurgo que, antes de partir para a estância, advertira:
– Acho que o senhor anda levantando muito tarde. Isso não está direito.
Rodrigo sabia que o levantar da cama cedo era parte importantíssima do ritual daquela ferrenha religião do dever e do trabalho, professada por gente da têmpera de seu pai e de Aderbal Quadros. Achavam esses dois gaúchos ortodoxos que um homem deve trabalhar de sol a sol e que há algo de desonroso e indecente no dormir até tarde, pois isso sugere noite de orgia, vícios condenáveis, vadiagem e falta de força de vontade; é, em
suma, um péssimo hábito que atrasa a vida das pessoas ao mesmo tempo que lhes solapa o caráter.
No entanto, agora que o pai se encontrava no Angico, Rodrigo, que nunca conseguia dormir antes de uma da madrugada, só deixava o quarto, na manhã seguinte, depois das nove. Dessa hora em diante seguia uma norma para ele docemente agradável e que, muito nova, não tinha ainda o caráter rançoso da rotina.
Descia para a cozinha e lá tomava dois ou três mates com a tia e Laurinda. Depois bebia uma pequena xícara de café simples, sem o que não podia fumar, e se dirigia para a farmácia, onde ficava a atender os clientes até as onze, hora da roda de chimarrão, à qual compareciam invariavelmente o Chiru, o Neco e don Pepe, e na qual se falava principalmente em mulheres e política. Nos momentos em que não estava a dizer mal do clero e da burguesia ou a derrubar cabeças coroadas, Pepe Garcia era um conversador pitoresco que sabia narrar com verve suas viagens pelo mundo e suas experiências com “esos animalitos singulares llamados mujeres”. Chiru vendia seus campos imaginários ou então dissertava sobre os fabulosos tesouros dos jesuítas que haviam de trazerlhe a independência financeira para o resto da vida. Não raro aparecia para chupar apressadamente um chimarrão o dr. Matias, e ao se retirar enchia os bolsos de almanaques e figurinhas, que costumava distribuir com grande sucesso entre seus clientes. O próprio tenente Rubim uma vez que outra entrava na roda das onze, embora se recusasse a participar do chimarrão, por achar aquilo uma coisa “anti-higiênica e promíscua” – observação que deixava Chiru profundamente ofendido.
Rodrigo detestava comer sozinho, e era raro o dia em que não tivesse um convidado ou dois à mesa. Chiru, no dizer de Maria Valéria, estava ficando um verdadeiro “freguês de caderno”. Já pela manhã, antes de sair, Rodrigo entrava na cozinha e começava a abrir e cheirar as panelas, perguntando: “Que é que vamos ter pró almoço, Laurinda?” Dava sugestões, pedia pratos especiais e quase sempre, insatisfeito com o que a mulata preparava, abria vidros de azeitonas recheadas, latinhas de paté fie foie gras, de sardinhas portuguesas ou anchovas e comia esses petiscos antes, durante e às vezes depois do almoço ou do jantar, aproveitando a ausência do pai – que só voltaria ao Sobrado em princípios do inverno -, tomava sempre às refeições uma garrafa de vinho francês ou italiano.
Quando via Chiru beber Chianti ou Médoc em longos sorvos, protestava:
– Isso não é água, animal! Vinho se bebe aos pouquinhos, degustando bem. Assim… Estás vendo, selvagem?
Chiru sorria, olhava para Maria Valéria, sacudia a cabeçorra leonina, dando a entender que perdoava tudo a Rodrigo porque lhe queria muito bem.” (trecho de O Retrato)

O Arquipélago

No Rio de Janeiro em 1945, já com o Dr. Rodrigo Cambará eleito deputado federal. Os personagens principais não são mais apenas espectadores dos fatos nacionais, mas participam diretamente deles. Personagens reais como Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha e Luís Carlos Prestes (todos gaúchos, claro) contracenam com os personagens criados de Érico. Mas de novo são as “revoluções” e as disputas misturadas aos conflitos da família Cambará.

“O general Isidoro se havia retirado de São Paulo com seu efetivo reduzido pela metade e agora estava encurralado na saliência do alto Paraná, entre Iguaçu e Catanduvas. Onde era que o Liroca via motivos para otimismo?
– Fracassaram os levantes de Sergipe, Amazonas e Pará… – acrescentou Rodrigo.
– Mais um pouco de conhaque, major?Liroca fez com a mão um gesto negativo, tornou a olhar para o mapa, soltou um suspiro sincopado, e murmurou:
– Mundo velho sem porteira!
Ergueu-se, aproximou-se do amigo, segurou-lhe o braço e perguntou:
– E se o Rio Grande se levantasse como um só homem, ha? Se a
gente marchasse para a foz do Iguaçu e se juntasse com os revolucionários
de São Paulo, ha? Depois era só tocar na direção do Rio e o governo
estava no chão.
Rodrigo pousou uma mão afetuosa no ombro do amigo:
– Liroca velho de guerra, sossega esse peito. Isso é um sonho. A revolução está perdida.
– O Rio Grande vai ficar desmoralizado!
– Por quê?
– Prometemos ajudar a derrubar o Bernardes e estamos de braços cruzados. Que é que os paulistas vão pensar de nós?
– Quem é que prometeu? Eu não prometi nada. Isso é uma revolução de militares, mais uma quartelada malfeita e malograda.
José Lírio fez um gesto de desamparo, encolheu os ombros e ficou a procurar nos bolsos do casaco palha e fumo para fazer um cigarro.
Chiru tomou um gole de parati.
– Mas o diabo é que os nossos correligionários vão acabar se metendo no barulho – disse. – O coronel Amaral me contou que o Zeca Neto, o Honório Lemes e outros chefes de 23 estão reunindo gente. – Baixou a voz.
– E cá pra nós, que ninguém nos ouça, a guarnição local está sendo trabalhada. O Juquinha Macedo me garantiu. Um sargento do Regimento de Artilharia disse que tudo agora depende dos oficiais de alta patente, pois os tenentes e a sargentada estão dispostos a dar o grito.
Rodrigo encolheu os ombros. Os amigos começavam a irritá-lo. Pareciam ter-se transformado em revolucionários profissionais. Viviam à espera duma revolução. Para eles o que importava era derrubar o governo. Ninguém se preocupava com programas.
– Que é que há contigo hoje, Stein? – exclamou. – Estás tão calado… Algum problema da política russa?
O judeu ergueu os olhos, sorriu e murmurou:
– Pelo contrário. Não temos problemas políticos, A Grã-Bretanha já reconheceu a União Soviética. A França não tardará. Os outros virão depois. Não temos pressa, podemos esperar.
A vida tem cada uma! – refletiu Rodrigo. – Ali naquela sala estava o velho Liroca preocupado com a revolução de Isidoro e Stein, com a de Lênin. E ele, Rodrigo Cambará, vazio de ideais, de entusiasmos, de projetos. No momento não tinha nem mulher. Era tudo uma miséria!
Tornou a encher o cálice de conhaque e bebeu-o num sorvo só. Fitou os olhos em Roque Bandeira e disse, quase agressivo:
– Estás engordando demais. Tio Bicho sorriu:
– Já estou gordo, doutor. Mas isso não me preocupa. O meu problema é outro.
– Que problema? És um filósofo. Levas tudo na flauta. Não tens responsabilidades nem compromissos. És um homem livre. Vives lá com teus livros e teus peixes. A propósito, quando é que dominas essa preguiça e vais conhecer o mar?
– Tem tempo. O mar pode me esperar. Faz alguns milhões de anos que está esperando…
Rodrigo se fez em silêncio uma pergunta íntima: “E tu, quando dominas a tua indecisão e vais a Paris? Há quase dois mil anos a cidade te espera”.
Mas, de onde tirar o dinheiro? Os negócios continuavam emperrados. Só se falava em “crise da pecuária”. Criara-se ouvindo o pai queixar-se disso. Teria havido algum período na história do Rio Grande em que não se falasse em crise?” (trecho de O Arquipélago)

Só fui ler O Tempo e o Vento depois de assistir a minissérie da Rede Globo (a primeira vez que vi o Rio Grande do Sul retratado em cadeia nacional) em 1985, e me decepcionei muito com alguns detalhes, que mais tinham a ver com as falhas na produção e na preparação dos atores do que com o roteiro praticamente já pronto na narrativa de Érico Veríssimo. A maior satisfação em ler O Tempo e o Vento, além de descobrir a obra de Érico Veríssimo e me tornar sua leitora, foi me ver retratada naquelas páginas, foi ler expressões que cresci ouvindo e pareciam estar fora do espaço. Acho que todo mundo precisa conhecer sua origem e Érico me deu essa sensação de pertencimento a um lugar e sentido a minha relação de amor e ódio com o Minuano e o frio do pampa. Essa foi mais uma leitura cortesia dos tempos solitários na biblioteca da Escola Técnica Federal de Pelotas entre meus 14 e 16 anos de idade.

Talvez (vejam bem, eu disse “talvez!”) só os baianos na sua relação e identificação com Jorge Amado possam entender a relação e identificação dos gaúchos com Érico Veríssimo.

Baixe daqui O Tempo e o Vento completo em pdf… ou compre daqui uma caixa especial com a trilogia dividida em sete volumes (a “míseros” R$ 286,00).

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PS.: Não pulei o dia 23 (livro que mais vezes li durante a vida), ele está incluso aqui.

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No desafio 30 livros em um mês a Renata do As Agruras e as Delícias de Ser, a Marília do Mulher Alternativa, a Grazi do Opiniões e Livros, a Mayara do Mayroses, a Cláudia do Nem Tão Óbvio Assim, a Juliana do Fina Flor, o Pádua Fernandes de O Palco e o Mundo, a Renata do Chopinho Feminino, a Júlia do Uma Noite Catherine Suspirou Borboletas e o Eduardo do Crônicas de Escola. E tem mais a Fabiana que posta em notas no seu perfil no Facebook.

A Luciana do Eu Sou a Graúna, a Tina do Pergunte ao Pixel e a Rita do Estrada Anil já terminaram o desafio.

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Sobre Niara de Oliveira

ardida como pimenta com limão! marginal, chaaaaaaata, comunista, libertária, biscate feminista, amante do cinema, "meio intelectual meio de esquerda", xavante, mãe do Calvin, gaúcha de Satolep, avulsa no mundo. Ver todos os artigos de Niara de Oliveira

7 respostas para “Um povo forjado no tempo da discórdia e unido pelo vento

  • Renata Lins

    Eu, você sabe, sou “amiga” do Érico. Como se eu fosse. Por conta de “Olhai os Lírios do Campo”, mas, sobretudo, de “Solo de Clarineta” – a autobiografia, tão literária, tão pessoal, tão cheia de histórias sobre como nascem os livros.
    Li “O Tempo e o Vento” depois. E gostei, sobretudo do Capitão Rodrigo, de Ana Terra. Não tanto dos de depois: gente demais, história demais. Gosto de livros que me deixam gosto na boca.
    Mas gostei mais de você contando: como acontece. Beijos.

  • Rita

    E eu que nem sabia que você era gaúcha (ou se sabia, tinha esquecido), agora não esqueço mais. E vou dizer uma coisa, mas num fique brava, não: eu tenho Saga na estante. Não sei de onde veio, alguém deu à minha mãe, não sei. Enfim, um dia peguei e não passei das primeiras páginas.Achei ruim, com vergonha de achar ruim, porque era ele. E li Clarissa, mas foi há tanto tempo que não me lembro. E nunca li o Tempo e o Vento. Mas eu juro que vou ler, juro, juro, juro. 🙂 E, ó, tomara que seja tão bom quanto esse seu post.

    Beijocas
    Rita

  • júlia

    Nasci em Cruz Alta, então cresci dando atenção à família Veríssimo. A casa do escritor foi meu primeiro museu e o mausoléu imponente de sua família, com três degraus e completamente abandonada, é vizinho do pequeno túmulo da família Mello. Dos livros só li “O Continente” e “Olhai os lírios do Campo”. Vou dar uma olhada no link que vc postou, pq ando procurando a série pra compra.

  • júlia

    Lembrei agora do Incidente em Antares. Muito bom 😉

  • Luciana

    Niara, taí, pela primeira vez vou dizer: você se engana. Eu não sou gaúcha e sinto o Vento. Não sou baiana e sinto o dendê em cada página do JA, não sou da Grã-Bretanha mas sinto o apertar dos espartilhos. A literatura é portal, creio.
    Capitão Rodrigo foi o homem da minha vida por muito tempo. Muita coisa mudou, outros homens me amaram, bem mais e melhor (:P) mas os Verissimos continuam na lista dos escritores da minha vida. Amei o post, gosto sempre da sua delicadeza em nos trazer as letras exatas do encanto.

  • Rejane

    Poxa, estava com as palavras da Luciana na ponta da língua para postar aqui. Porque sim, sinto como ela. Não sou gaúcho, sou nordestina do Recife, mas minha adolescência não seria a mesma se não tivesse sido recheada com os personagens de Érico Veríssimo. Talvez o autor brasileiro que mais li. Porque li Clarissa, Um lugar ao Sol, Música ao longe Olhai os Lírios do Campo e toda a trilogia do Tempo e o Vento. E como amei e me senti vivendo nos lugares desses romances! Como Luciana, também amei o capitão Rodrigo e toda a saga minuciosamente relatada desse povo maravilhoso. Senti muitas vezes o Minuano, reportei-me aqueles tempos todos e àqueles lugares todos. Aliás, parece que esse mundo me atrai sempre, porque assisti no festival de Cinema do Recife Anaí de las Missiones e também me deixei levar por aqueles cenários dos pampas, da serra gaúcho, enfim. Tenho vontade de reler tudo outra vez, porque já estou com 55 anos e, embora todas aquelas histórias ainda permeiem as minhas lembranças, gostaria de lê-las novamente para ver como seria atingida por elas hoje. Ou talvez não. talvez seja melhor deixá-las quietinhas nas minhas lembranças de adolescência e juventude e não correr o risco de quebrar o encanto que ainda hoje sinto ao relembrar a leitura desses livros. Um cheiro querida Niara e obrigada por esse post, mas um que me faz continuar sendo sua fã.

  • Niara de Oliveira

    Ai, gurias… É por isso que às vezes travo quando não consigo escrever um post decente. Porque fico achando tudo ruim, tudo muito aquém, não digno dos meus leitores. Viciei nesses comentários de vocês relatando suas leituras dos mesmos livros e aqueles que não leram dizendo que ficaram com coceira para lê-los. Como lidar? O que seria de mim sem a leitura de vocês deste meu bloguinho? 😥

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