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Dia 06 — Um livro do seu autor favorito
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Parecia difícil saber qual o meu autor favorito e escolher apenas um livro, achei até que teria que seguir o exemplo subversivo da bandoleira Luciana, a Graúna, e citar vários autores e vários livros. Mas bastou inverter a pergunta e me perguntar de qual escritor já li mais livros para vir a resposta em uníssono de todas as partes que me compõe: Eduardo Galeano. O livro preferido? Óbvio, aquele que traz o nome mais poético de todos e que faz juz à emoção causada: O Livro dos Abraços.
Galeano é o autor que leio tudo que me aparece pela frente, entrevista, comentário, notícia sobre novo livro no jornal, no site, assisto todos os vídeos… Enfim, acompanho de perto.
Todos os livros dele que já li, li mais de uma vez. Infelizmente não li todos, me faltam os dois últimos (dica certeira para me presentear). Já li O Livro dos Abraços algumas vezes (três ou quatro), bem menos do que gostaria porque agora só o tenho em pdf na tela do computador e este é um livro que gosto de ler à moda antiga, pegando, folheando, sentindo e todo, de uma vez só. Me sinto envolvida por ele, absorvida, abraçada por cada frase, palavra, fragmento… Ler Galeano é mágico!
Se um dia encontrar Don Eduardo Galeano “casualmente” no Café Brasileiro em Montevidéu farei questão de lhe abraçar (se ele permitir, claro — “a pretensiosa!”) e agradecer por todos os seus livros, mas especialmente por este.
”Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.” — trecho de O Mundo, pág. 11.
“Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na França a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce.” — A pequena morte, pág. 54.
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Baixe aqui O Livro dos Abraços em pdf.
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Também estão participando da brincadeira a Luciana do Eu Sou a Graúna, a Tina do Pergunte ao Pixel, a Renata do As Agruras e as Delícias de Ser, a Rita do Estrada Anil, a Marília do Mulher Alternativa, a Grazi do Opiniões e Livros, a Mayara do Mayroses e a Cláudia do Nem Tão Óbvio Assim. E tem mais a Fabiana Nascimento que posta em notas no seu perfil no Facebook. Mais alguém?
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31 agosto, 2011 at 3:38 AMago
Além da escolha de um autor maravilhoso pra ser o mais querido de todos, ainda tem o bônus de um título de fazer inveja.
31 agosto, 2011 at 3:38 AMago
Tanks! Maligna que é maligna adora provocar a inveja alheia. Rá!!! Beijo, querida. 🙂
2 setembro, 2011 at 3:38 PMset
Gente…. “Pequena morte, chamam na França a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce” Que é isso, ne. Tão lindo. Lembrei da Cecilia Meireles: “por desfolhar-me é que não tenho fim…”
Bjinho
4 setembro, 2011 at 3:38 AMset
Ganhei esse de presente de aniversario – uma grande amiga me presenteou. Facibuquei .
22 outubro, 2011 at 3:38 PMout
[…] Permanente de Trotsky, de Felicidade Clandestina da Cecília, de Memórias do Fogo ou d’O Livro dos Abraços do Galeano, de Mrs. Dalloway da Virginia e de muitos outros livros especiais para mim. Mas a […]