O tempo dos maias nasceu e teve nome quando não existia o céu e a terra ainda não tinha despertado.
Os dias partiram do oriente e começaram a caminhar.
O primeiro dia tirou de suas entranhas o céu e a terra.
O segundo dia fez a escada por onde a chuva desce.
Obras do terceiro foram os ciclos do mar e da terra e a multidão das coisas.
Por desejo do quarto dia, a terra e o céu se inclinaram e puderam encontrar-se.
O quinto dia decidiu que todos trabalhassem.
Do sexto saiu a primeira luz.
Nos lugares onde não havia nada, o sétimo dia pôs terra.
O oitavo cravou na terra suas mãos e seus pés.
O nono dia criou os mundos inferiores.
O décimo dia destinou aos mundos inferiores quem tem veneno na alma.
Dentro do sol, o décimo primeiro dia modelou a pedra e a árvore.
Foi o décimo segundo quem fez o vento. Soprou vento e chamou-o de espírito, porque não havia morte dentro dele.
O décimo terceiro molhou a terra e com barro modelou um corpo como o nosso.
Assim se recorda, em Yucatán.
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Do livro Memórias do Fogo, Nascimentos de Eduardo Galeano
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Locos por ti, America!
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* Porque voltei a sentir a mão pesada do tempo interferindo no meu tempo particular…
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07/11/2010
10 novembro, 2010 at 3:38 PMnov
[…] 45 dias nos separam de nossa partida, rumo à liberdade. O tempo dos maias nasceu e teve nome quando não existia o céu e a terra ainda não tinha despertado. Os dias partiram do oriente e começaram a caminhar. O primeiro dia tirou de suas entranhas o céu e a terra. O segundo dia fez a escada por onde a chuva desce. Obras do terceiro foram os ciclos do mar e da terra e a multidão das coisas. Por desejo do quarto dia, a terra e o céu se inclinaram e puderam encontrar-se. O quinto dia decidiu que todos trabalhassem. Do sexto saiu a primeira luz. Nos lugares onde não havia nada, o sétimo dia pôs terra. O oitavo cravou na terra suas mãos e seus pés. O nono dia criou os mundos inferiores. O décimo dia destinou aos mundos inferiores quem tem veneno na alma. Dentro do sol, o décimo primeiro dia modelou a pedra e a árvore. Foi o décimo segundo quem fez o vento. Soprou vento e chamou-o de espírito, porque não havia morte dentro dele. O décimo terceiro molhou a terra e com barro modelou um corpo como o nosso. Assim se recorda, em Yucatán. . Do livro Memórias do Fogo, Nascimentos de Eduardo Galeano […]
18 setembro, 2011 at 3:38 AMset
[…] publiquei alguns trechos deles aqui no Pimenta, como O Tempo, As Estrelas e Pachamama e ainda publicarei muitos outros mais sempre que estiver relendo-os. Antes […]