Despedida e vontades

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Dia 30 — Um livro que você ainda não leu mas quer

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Último dia do desafio 30 livros em um mês e depois de ler tantos relatos apaixonados tenho uma lista interminável de livros que desejo ler. A Mayara fez um relato tão lindo de “A Mulher Habitada” da Gioconda Belli que é impossível não desejar ter pelo menos um pedacinho de sua emoção, e eu já o baixei em espanhol.

Marília escreveu sobre “Três Vidas” da Gertrude Stein como uma de suas autoras favoritas e como, vergonhosamente, ainda não li nada dessa escritora esse está na mira. A fofa, e ainda desconhecida pra mim, da Grazi me deixou com vontade de ler dois de seus livros favoritos, “A Mulher Desiludida” de Simone de Beauvoir e “A Cidade do Sol” de Khaled Hosseini — conheço os dois autores e isso só faz a vontade aumentar.

Seguindo a lista, a Cláudia me revelou uma história que parece ser bem conhecida, só eu não deveria saber, sobre a autora de “Frankenstein“, Mary Shelley que o escreveu com apenas 19 anos entre 1816 e 1817 e deu o pontapé inicial no gênero de terror gótico. Mesmo conhecendo a história do universitário que cria um monstro e depois abandona sua criatura, fiquei com vontade de ler o original escrito por essa guria. A querida da Renata Lima me ensinou muitas coisas com seu afeto pelos livros, histórias e personagens. Desde que a conheci nunca mais consegui ir dormir sem ler pelo menos uma página e isso me faz um bem danado, um bem que ela me trouxe junto com a dica de um de seus livros mais queridos, “O Sol é Para Todos” de Lee Harper. Eu chego lá.

Pulando para a outra Renata, a Lins, descobri uma história dela com um livro que é de fazer chorar. Não vejo a hora de poder ler “O Encontro Marcado” de Fernando Sabino e poder entender um pouco mais dessa emoção e conhecer um pouco mais dessa generosa amiga que tenho certeza, veio pra ficar na minha vida. Da fina flor Juliana fiquei intrigada com sua série favorita do Peter Robinson que são cinco livros policiais, “Perto de Casa” — “Pedaço do Meu Coração” — “Caso Estranho” — “Brincando com Fogo” — “Amiga do Diabo” e não sei se chego a ler todos (não curto muito histórias policiais), mas prometo experimentar pelo menos um.

Fiquei impressionada com o Eduardo de quem não conheço nada e que postou como livro mais querido de todos “Cartas a um Jovem Poeta” do Rainer Maria Rilke que é o meu livro de cabeceira e o livro que mais vezes li na vida, e agora é como se já soubesse muito de sua alma. A Tina, que começou tudo isso, me deixou várias vontades como “O Chão que Ela Pisa” de Salman Rushdie, “O Animal Agonizante” de Philip Roth (que originou o roteiro do filme “Elegy” que eu amo) e ainda “O Filho Eterno” de Cristovão Tezza.

Da instigante Júlia vem o amor por Mario Benedetti e ficou a dica de um livro dele que eu ainda não li, “La Tregua“, e uma vergonha intergalática que terei que assumir aqui: eu desconheço, ignoro por completo, “O Guia do Mochileiro das Galáxias” de Douglas Adams. Me informou a Júlia que são cinco livros e não vai ser fácil ler tanta ficção científica, mas preciso me livrar dessa vergonha. Questão de honra. Da lista da sensível e suave Rita vieram duas dicas preciosas “A Soma dos Dias” de Isabel Allende e “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” de Stieg Larsson (essa dica ganhou o reforço da Renata Lima). Na lista ainda incompleta da Fabiana encontrei poucos livros com os quais me identifiquei, nosso gosto diverge bastante, acho, e espero vê-la concluir o desafio para conhecê-la melhor através de seus livros.

Por último. O desafiador Pádua Fernandes me deixou uma lista interminável de livros e vontades. Poucas vezes conheci alguém com um gosto literário tão estranho a mim, foge completamente à obviedade e ao senso comum, e escolhi um para citar aqui: “Folhas de Relva” de Walt Whitman, que lerei em breve. E por fim, fim mesmo, a Graúna doida e bandoleira da Lu que citava tantos livros em cada um de seus posts que quase me enlouqueceu. Ficou a vontade imensa de mergulhar de novo em Clarice Lispector e reler com urgência “O Morro dos Ventos Uivantes” de Emily Brontë, onde há a mais romântica frase de todas (segundo a Graúna):  “seja do que for que nossas almas são feitas, a dele e a minha são iguais”.

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No desafio 30 livros continuam a Renata do As Agruras e as Delícias de Ser, a Marília do Mulher Alternativa, a Mayara do Mayroses, a Cláudia do Nem Tão Óbvio Assim, a Renata do Chopinho Feminino, a Júlia do Uma Noite Catherine Suspirou Borboletas e o Eduardo do Crônicas de Escola. E tem mais a Fabiana que posta em notas no seu perfil no Facebook.

A Luciana do Eu Sou a Graúna, a Tina do Pergunte ao Pixel, a Rita do Estrada Anil e o Pádua Fernandes de O Palco e o Mundo, Grazi do Opiniões e Livros e a  Juliana do Fina Flor já terminaram o desafio e eu encerro hoje, finalmente.

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Sobre Niara de Oliveira

ardida como pimenta com limão! marginal, chaaaaaaata, comunista, libertária, biscate feminista, amante do cinema, "meio intelectual meio de esquerda", xavante, mãe do Calvin, gaúcha de Satolep, avulsa no mundo. Ver todos os artigos de Niara de Oliveira

7 respostas para “Despedida e vontades

  • Renata Lins

    …e agora é aqui que a gente fica total emocionada… tipo assim quase de lágrimas nos olhos… e esse post lindo de morrer, juntando os amigos colhidos e encontrados pelo caminho, mostra bem aquilo que te falei – como é suave e sensível a tenra carne que se abriga por baixo do couro de bandoleira… adorei. Beijo grandão, valeu o caminho. Vou depois voltar e ler os que ainda não li, pra não ficar sentindo saudade dos seus enquanto não acabo!

  • Gilson Moura Henrique Junior

    “O Guia do Mochileiro das Galáxias” eu tenho e é a ficção cientifica mais científica e mais zoneada, anárquica, hilária, esporrante, mijante de ler.. eu ri os 5 livros em um mês.

    em um deles o cara inicia dizendo o seguinte: “No princípio o Universo foi criado.
    Isso irritou muitas pessoas e foi amplamente encarado como um passo
    errado.
    Muitas raças acreditam que ele tenha sido criado por alguma espécie de
    deus, embora os Jatravartids, habitantes de Viltvodle VI, acreditem que o
    Universo inteiro escorreu do nariz de um ser chamado Grande Resfriado Verde.
    Os Jatravartids, que vivem sob o medo perpétuo do tempo que chamam de
    Vinda do Grande Lenço Branco, são pequenas criaturas azuis com mais de
    cinqüenta braços cada, o que os torna um povo singular, por ter sido o único
    na história a inventar o desodorante aerossol antes da roda.
    A Teoria do Grande Resfriado Verde, no entanto, não é amplamente aceita
    fora de Viltvodle VI e assim, sendo o Universo o enigmático lugar que é,
    outras explicações vivem sendo procuradas. ”
    Procẽ ver o naipe…

    Tem esse livro pra baixar é o dois; http://www.outeiro.com/restaurante.pdf

  • Niara de Oliveira

    E só agora que me avisam que o OGDMDG é essa bagaça? Quero ler (rir) já!!! 😛

  • Pádua Fernandes

    Cara Niara,
    Mas não quis desafiar ninguém… Só falar do que gosto e (às vezes) do que detesto. E o seu gosto, fortemente político, é que me parece fugir bastante do lugar comum.
    Ademas, o lugar comum, hoje, é simplesmente não ler nada.
    Abraços,
    Pádua

  • Luciana

    Baby, é um lindo texto, delicado com as pessoas, reverente com as trajetórias. Fez-me pensar em como se é possível lidar de tantas formas com a finitude: como um fria e impessoal evento que nos acontece ou como uma atenta coragem de dizer “agora” e fazer-se sujeito.

    E, só pra você saber, sempre fui feliz sendo bandoleira, mas como me alegra saber-me do seu banco \o/

  • Edu

    Obrigado pela menção, cara Niara. Também eu sei pouco de você, e vamos nos conhecendo por este mundão internético. Contudo, de alguém se se engaja pela recuperação da memória e da verdade nos anos de chumbo e de silenciadouros, só posso ter as melhores expectativas. Grande beijo!

  • Rejane

    Niara, coloca na tua lista o livro de uma autora pernambucana chama Luzilá Gonçalves. Ela já escreveu muitos outros, mas este é o primeiro que leio dela estou adorando. O nome do livro é “Humana, demasiado humana”. De certa forma ela faz um relato da vida de Lou Salomé, deves saber quem é? Uma mulher russa, filósofa, poetiza e, parece-me, que também tornou-se psicanalista. Foi o grande amor da vida dos filósofos Paul Rée e Friedrich Nietzsche e do poeta Rainer Maria-Rilke. A vida de Lou já foi contada em outras obras, inclusive por ela própria. No entanto, Luzilá cria uma narrativa que vai além de uma biografia, e , na verdade, através da história real de Lou e essas 3 pessoas que foram fundamentais para a sua formação tanto intelectual quanto pessoal, a autora produziu um verdadeiro romance e o desenvolveu de forma linda, com uma história já conhecida por tantos. (Você leu quando Nietzche chorou? ). É isso amiga, queria deixar aqui uma dica de um livro que estou lendo no momento e que está me encantando, seja porque é muito bem escrito, seja pela história em si, com esses personagens maravilhosos, que tiveram uma existência real, seus amores, suas dores, suas contradições.E em especial, porque aborda a vida de Lou Salomé, uma mulher que realmente viveu muito além do seu tempo.Se quiseres ler a sinopse do livro, vai neste link http://www.rocco.com.br/shopping/ExibirLivro.asp?Livro_ID=85-325-1151-1

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